O repórter Sergio Moro

Imagine que Sergio Moro seja um repórter. O repórter Moro chega diante do editor e diz o seguinte: na minha reportagem, eu provo que, assim como há contas com propinas para Eduardo Cunha no Exterior, o tríplex do Guarujá é de Lula.

O editor pergunta como ele prova e Moro apresenta a tese de que, no caso do tríplex, a prova está no fato de não existem provas.

Quanto tempo o repórter Moro ficaria no jornal? Se eu fosse o editor (e eu fui um editor bonzinho), ele não completaria a frase. Qualquer editor mandaria Moro trabalhar mais, para que não aparecesse com suposições e teses frouxas em vez de provas.

Num certo Judiciário do pouco esforço, as respostas esdrúxulas de Sergio Moro são apresentadas como sentenças condenatórias com a maior naturalidade, como essa tese sobre a falta de provas contra Lula, divulgada mais uma vez hoje.

Passarão pelo aval do Tribunal Regional Federal em Porto Alegre? A Globo está certa de que sim.

 

 

One thought on “O repórter Sergio Moro

  1. É uma lógica incrível. Acusa-se alguém de algo, mas como não se tem prova da acusação, e como o acusado é alguém que tem poder, quanto menos provas melhor. Do que resulta o seguinte: se tiver provas demais, é absolvido. Se não tiver provas, é condenado.
    Um parágrafo da defesa do Lula é muito mais elucidativo que vinte do Moro. Os advogados são brilhantes, diante de um juiz medíocre, mas consciente do trabalho que lhe cabe, e cumpridor. Considerassem isso, e os desembargadores do TRF absolveriam Lula. Mas não vão considerar, já se sabe. Acreditar nessa hipótese é prova de uma ingenuidade quase infantil.

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