O SÁBADO DO FASCISTA
Hoje, o fascista reúne a família e faz o balanço de suas ações cívicas contra a caravana de Lula no Estado. As pedras jogadas, as barricadas para impedir a passagem de Lula, as agressões às mulheres, os relhaços, os palavrões.
Cada fascista terá o que contar à mesa do almoço de sábado para a família. Depois, poderá sentar-se e ler o que os jornalistas fofos preferidos escreveram.
Os fofos sempre dizem a mesma coisa: que as agressões são abomináveis, mas que Lula não deveria ter vindo aqui. Que Lula é uma presença inconveniente, ou seja, se não tivesse vindo, não haveria agressão. Eles nunca escreverão algo parecido sobre Bolsonaro.
Alguns gaúchos acharam, quando dos ataques à caravana em Bagé, que o fascista seria algum tipo regional, específico da Campanha, com alguma coisa atávica dos maragatos degoladores. O fascista está espalhado pelo Estado, como se viu ontem.
Ele tem o aval de lideranças conservadoras frouxas, dos ‘liberais’ omissos, de uma polícia ausente e de uma imprensa cúmplice da multiplicação do ódio.
O fascista acha que é a representação do gaúcho bravo, mas á apenas isso, um covarde fascista.
Pois hoje, depois de ler os seus jornalistas fofos, o fascista irá ao supermercado com a mulher e os filhos para escolher os ovinhos de Páscoa.
E domingo tem missa na comunidade. O fascista vai confessar e depois comungar. O bom fascista, o fascista do bem, precisa estar em dia com Deus.