O santo argentino
Fiquei sabendo da santificação de um argentino conhecido como o padre gaúcho e achei que o meu santo clandestino tinha finalmente virado santo oficial.
Mas não era o Gauchito Gil, o santo que carrego na carteira, mas o padre o José Gabriel del Rosario Brochero, conhecido como o padre gaúcho.
Gauchito Gil talvez nunca vire santo, porque era um Robin Hood argentino do século 19. Morreu e virou milagreiro. Mas agora, com esse Papa valente, quem sabe…
Essa imagem que mostro aí é do santinho de papel que ganhei de uma simpática família de andarilhos argentinos em 2001.
Eu o Fernando Gomes fazíamos uma reportagem sobre a crise que destruía o país com o fim da dolarização e encontramos a família na estrada. Saíram em viagem para pedir um milagre.
O chefe do grupo me deu o santinho. Guardo pelo afeto daquela família e por causa da minha memória de infância de casas com santinhos espalhados por todo lado.
Quando me sinto numa encruzilhada, digo (e digo mesmo): Gauchito, me ajuda.
Sei que ele tenta e se esforça e só não interfere quando não pode mesmo. Gosto de carregar esse santinho na carteira. É como se os santos amigos da minha avó, da minha mãe e das minhas tias também estivessem por perto.