O sentimento de quem sofreu com a cheia
Esse texto que compartilho abaixo, de Adriana Paz Lameirão, cientista social e mestre em ciência política pela UFRGS, está circulando pelas redes sociais há vários dias.
Em meio a muito chute e a abordagens feitas por gente que nunca chegou perto das áreas alagadas, é interessante ter a observação de quem viu a realidade das cheias em Porto Alegre.
Abaixo, a íntegra do texto:
“REGIÃO HUMAITÁ/VILA FARRAPOS
Determinantes do voto em Melo
Para apreender o que passa na cabeça de um eleitor da Região do Humaitá e Vila Farrapos, fortemente atingida pela enchente de 2024, conduzi uma entrevista não estruturada com uma eleitora de Melo com forte vivência comunitária, orientando a conversa através da pergunta aberta “por que a região inundada deu vitória ao Melo no 1° turno”, permitindo à entrevistada responder livremente sobre o tema e fazendo perguntas para aprofundar o entendimento das respostas e, assim, poder extrair conteúdo pertinente à análise do comportamento eleitoral.
Para melhor compreensão dos determinantes do voto desse eleitorado, é preciso dividir os eventos em dois momentos: durante e pós a enchente.
DURANTE
– Ausência da esquerda no território (direita presente realizando resgates, fornecendo marmitas, ranchos), em que pese vários setores da esquerda terem ajudado com, por exemplo, cozinhas comunitárias, mas montadas longe dos territórios inundados, e c/ arrecadação de donativos
– A ação da esquerda que mais se sobressaiu não foi a atitude prática, mas a exploração política do evento climático contra Melo, substanciada nos protestos em redes sociais
PÓS-INUNDAÇÃO
– Rede da direita formada por vereadores c/ mandato, candidatos à vereança e empresários/empresas de direita ajudando na reconstrução da vida das pessoas e dos espaços da comunidade (igreja, CTG) através de:
– Limpeza dos imóveis (trabalho braçal)
– Arrecadação e doação de móveis e eletrodomésticos
– Doação de material de construção p/ reforma dos imóveis atingidos
– Igreja arrecadando e doando móveis e eletrodomésticos para montar novamente os lares dos atingidos (capital social, de Putnam)
Cabe ressaltar que dentre os candidatos à vereança presentes no território somente um se elegeu (ficou de fora, inclusive o candidato à reeleição, associado à Maria do Rosário por seu partido compor a Frente Ampla)
No entanto, a forte presença da direita e a ausência da esquerda no território contribuiu para o sentimento do eleitor de abandono por parte da esquerda portoalegrense e, no tocante ao governo federal, de ter feito o mínimo e tê-lo deixado à própria sorte com suas perdas e necessidades prementes.
São falas recorrentes na comunidade:
“Pô, votei no Lula e ninguém deles tá aqui. Nunca mais voto na esquerda.”
“Antes ficar como está do que colocar a esquerda que dá 5 mil e deu.”
Sobressai, dessa percepção do eleitorado, a incapacidade de o governo federal – e a esquerda local – tornar amplamente conhecidas pela população todas as ações e programas de ajuda aos atingidos pela inundação e de reconstrução do RS.
IMPORTANTE! Enquanto a esquerda bradava contra o Melo e sua irresponsabilidade quanto ao sistema de proteção contra as cheias, a prioridade do eleitor atingido pela inundação era de outra ordem: poder voltar ao seu lar, equipá-lo e retomar a sua vida dentro da normalidade. Portanto há uma dissonância entre o que a esquerda considerou como crítico e altamente prioritário e o eleitor que perdeu tudo estabeleceu como a prioridade do presente. A melhoria do sistema de proteção contra as cheias, para esse eleitor, foi estabelecida como prioridade futura.
Para as pessoas que não tiveram as suas casas inundadas, a enchente é passado. Para as atingidas, é o presente com o qual ainda estão tendo que lidar. No presente, é o materialismo histórico (Marx) que importa!
A título de exemplo, somente na semana anterior ao primeiro turno uma senhora da Vila Farrapos conseguiu a doação de uma geladeira, através dos laços de solidariedade construídos na Igreja. Ela não recebeu o Auxílio Reconstrução por não ter realizado o cadastro online, em função de suas dificuldades com informática e internet. A Prefeitura cadastrou às pressas quem estava nos abrigos e quem procurou a SMDS, mas aos demais indicou o cadastro online.
No pós-enchente quem se fez fortemente presente no território foi o Executivo municipal através de seus órgãos como Defesa Civil, DEMHAB e FASE (para cadastrar as famílias c/ direito ao benefício federal de novas moradias, especialmente o Compra Assistida e ao programa municipal Estadia Solidária), mas tb o próprio Melo e seus Secretários Municipais conversando diretamente com os atingidos, dando explicações e prometendo que não ficariam desamparados.
Para a comunidade, é Melo quem está se importando com eles e não o gov fed, Lula, quem, realmente, está aportando bilhões para o RS.
Mas, não só isso! A Prefeitura também está executando programas sociais próprios como o Estadia Solidária e dando suprimentos.
Novamente, aqui há uma divisão entre presente e futuro: enquanto o Estadia Solidária é presente, o Compra Assistida é futuro. Portanto, quem está fazendo algo agora é o Melo, não o PT e o Lula da candidata @Maria do Rosário.
Nesse contexto, o discurso da candidatura de esquerda de que o Melo não fez nada, de que foge de sua responsabilidade, distoa da realidade vivida por essa comunidade.
Tudo isso mais a estratégia de Melo de co-responsabilização de todos os prefeitos que o antecederam quanto à manutenção do sistema de proteção contra as cheias neutralizaram o efeito negativo da inundação sobre a sua candidatura à reeleição.
Adriana Paz Lameirão
Cientista Social e Mestre em Ciência Política pela UFRGS”.
Não é preciso ser cientista social, nem cientista político, para perceber , aqui de São Paulo, que LULA, Paulo Pimenta, Maria do Rosário, Edegard Pretto, no mais puro OPORTUNISMO, tentaram capitalizar politicamente a tragédia, o que evidentemente enfureceu grande parte dos gaúchos, que, aliás, já eram em sua grande maioria ANTIPETISTAS, antes mesmo das enchentes,
Esta coisa de oportunismo é via dupla: a prefpoa tinha obrigação de atender as pessoas, já que por negligência permitiu a inundação de áreas que não deviam alagar. Se chega um pessoal de partido por lá fazendo caridade aí sim seriam chamados de oportunistas eleitorais. Quem governa tem o ônus da responsabilidade. O resto são narrativas.
Aqui na cidade que eu moro,
Só havia uma única pessoa
Socorrendo, adivinhem quem era
Esse bom samaritano, o véio da
Havan. Isso era o que a imprenssa local dizia 24 horas
Por dia. O hospital de campanha
Do exército, eu só fiquei sabendo através do meu genro,f
Que é enfermeiro num hostal
Das redondezas.foi assim o tempo todo,todo o tempo.
Fica muito facil acusar o governo federal de ser omisso.
Nas enchentes do ano passado,
Nenhum prefeito criou regras
Para evitar novos desastres.
Locais para colocar familias
Sempre teve, nenhum quis, só
Agora começaram a se coçar.
Politicos de outros estados também ajudaram a criar mentiras, santacatarina foi o
Esyado que ajudou muito, nos
Dois sentidos, um lado ajudando
Mesmo, o outro só mentindo.
Fora os falsos moralistas do pl.
Fica agora muito fácil de acusar
O pt por omissao vendo só um
Lado do acidente, qie poderia ser memos trágico.
Oportunistas foram aqueles q alardearam desabastecimento de arroz devido ao desastre climático. Quando o governo federal acenou com importação e venda do grão pela metade do preço, o empresariado gaúcho ressurgiu do esgoto para dizer q não seria necessário. É preciso dizer para quem fizeram CAMPANHA?
Andre, foram tantas as mentiras, que acabei esquecendo
Da falsa falta do arroz.