O TOGADO OSTENTAÇÃO 

Ao ler seu relatório rococó sobre a impugnação da candidatura de Lula, Luis Roberto Barroso sempre procurou pisar no Comitê de Direitos Humanos da ONU. Era preciso desqualificar o comitê.
Entre outras coisas, disse que o comitê tem oito membros (e que seriam apenas peritos…) e que apenas dois emitiram parecer no sentido de cobrar do Brasil o direito de Lula de disputar a eleição.
Se o comitê é formado por peritos dedicados a avaliar situações de afronta aos direitos humanos, mas não por togados como ele, é um comitê menor.
Barroso acha que a opinião de dois membros do comitê não vale nada. Mas ele mesmo, Barroso, é um dos campões das tais decisões monocráticas do Supremo.
Barroso já decidiu sozinho sobre questões controversas, como quando restringiu a anistia de fim de ano a presos, assinada pelo jaburu, por entender que condenados por corrupção não poderiam ser beneficiados.
Fez uma média com os justiceiros da moralidade, mas foi bombardeado por juristas. Barroso não teria autoridade para mexer numa decisão que é da prerrogativa do presidente da República, estando ele certo ou errado, de acordo com as subjetividades da tão conservadoramente subjetiva e golpista Justiça brasileira.
Barroso reafirmou-se ontem como a figura mais pernóstica (esta é a palavra) do Supremo, o ministro que, se pudesse, usaria punhos com rendas.
Que expressa superioridade pela sobrancelha esquerda sempre erguida, que fala como personagem de série de época e que abusa dos esforços para parecer erudito.
Barroso é o juiz ostentação, de uma aparente sofisticação que balança plumas para a plateia da direita. Mas alguém o colocou lá. Ele não é a tartaruga que subiu na árvore só porque fala latim.

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