OS ARREPENDIDOS E OS MILITARES

É doloroso para um civil arrependido admitir que está saltando fora do bolsonarismo para salvar a própria alma. A vaia o espera nas redes sociais. Mas é ainda mais complicado para um militar fazer o mesmo.

Esses são os grupos que enfrentam os maiores dilemas com o esvaziamento do poder da extrema direita da família que empregava o Queiroz.

Os civis comuns, sem cargo no governo, podem dizer que se deram conta do erro e pedir desculpas publicamente. A situação dos militares é bem difícil.

Bolsonaro militarizou o governo para criar um lastro de defesa e produzir seus blefes. A estratégia se esgotou há pelo menos duas semanas.

Os militares só continuam no governo porque não é fácil sair. Eles são reféns da própria armadilha. Aderiram a Bolsonaro como projeto de poder, porque se consideravam competentes para gerir o Estado, e foram usados por Bolsonaro.

Bolsonaro os enganou. Sugeriu que poderia governar respeitando as Forças Armadas, mas os atraiu para armadilha de um desgoverno de conflitos e tensões permanentes e mais o histórico de rolos com milícias.

Os militares foram transformados em cúmplices de uma esculhambação e são parceiros no setor público de uma família sob investigação por ligações com bandidos.

Os generais sabiam disso, mas esperavam que a situação não fosse explicitada. E agora? Debandar como, depois de participar de atos contra o Supremo? Sair como, depois de ameaçar com a instabilidade política e a intervenção ‘moderadora’ do Exército?

Sair de que jeito depois de serem parte da farsa montada com as ameaças de golpe? Poderão sair sem conflitos com o próprio Bolsonaro e com as alas de extrema direita das Forças Armadas?

Sairão sem uma rebelião dos 3 mil empregados ex-fardados, que teriam de voltar a usar pijama?

É dura a vida dos arrependidos que são vaiados pelas esquerdas. Mas é pior o drama dos militares, que poderão definhar ao lado de Bolsonaro, até o total esgotamento do governo.

Um civil arrependido pode ser espancado nas redes sociais e se recuperar mais adiante. Um militar carrega nas costas a reputação das Forças Armadas.

O Data Folha revelou que 75% dos brasileiros querem viver sob democracia. Que 78% consideram o regime militar iniciado em 64 uma ditadura. E que 68% entendem que os atos de rua contra o Supremo ameaçam a democracia.

Não podemos esquecer que os militares de Bolsonaro foram com o chefe paparicar os frequentadores desses atos em Brasília. O blefe do golpe custou caro.

7 thoughts on “OS ARREPENDIDOS E OS MILITARES

  1. A impunidade pelos crimes de 64, que não Soubemos dar a volta, acabou atingindo as próprias Forças Armadas. Sem a devida punição e autocrítica, os caras nunca aprenderam a discernir o momento de ficar quietos e de se manifestar no ambiente público nacional, e muito menos praticar a contenção e desincentivar o apoio a fascistas como o Bolsonaro, nascida em uma cultura do autoritarismo que Floresce no interior da instituição.

  2. “”Os militares foram transformados em cúmplices de uma esculhambação e são parceiros no setor público de uma família sob investigação por ligações com bandidos””.É certo que não sou ingênuo, entretanto não tem como não imaginar que estes militares que aceitaram participar desta aventura, em algum momento, venham sentir vergonha desta sua atitude. Ou são alienados mesmo e de baixa formação.

  3. Cala essa boca de onde só sai idiotice, pois o povo que elegeu Bolsonaro quer um país diferente do que a sua esquerda ladra tornou, e os militares sabem disso, pois são patriotas.
    Por causa de imundos como você e essa esquerda ladra maldita, que o país não deslancha, mas tenha certeza, que não mais retornarão ao governo.
    Cambada!

    1. Desculpe-me, caro cidadão, mas, considerando que o Brasil só conseguirá vencer suas mazelas sociais com uma educação pública, gratuita e de qualidade, querer um PAÍS diferente nomeando, ou quase nomeando, estes três últimos sujeitos, com currículos questionáveis, é querer que o país não dê certo.

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