OS DINHEIRINHOS DE MICHELLE E DE CHICO DA CUECA

O que há em comum entre a primeira-dama e o senador da cueca? Os dois conseguiram folclorizar a corrupção da extrema direita com seus casos envolvendo ‘trocados’.

Michelle Bolsonaro recebeu R$ 89 mil depositados em sua conta por Fabrício Queiroz e a mulher dele. Chico Rodrigues foi flagrado com R$ 33 mil enfiados na cueca.

Vistos assim, os trocadinhos para gastos diários não significam quase nada. Mas encobrem cifras e negócios milionários que ainda estão em sua maior parte encobertos.

Será que, na média, as pessoas estão interessadas em saber o que há além disso? Talvez seja bom não saber que elas na verdade não querem saber. E que basta a história de Michelle e o causo do senador.

A denúncia do caso de Michelle é de agosto. De lá até agora já se expôs quase tudo sobre as movimentações milionárias, e em dinheiro vivo, de Flavio Bolsonaro, no esquema que era gerido em parte por Fabrício Queiroz.

Mas também é evidente há horas que Fabrício Queiroz era um operador do varejo, o chinelão que captava o dinheiro de assessores fantasmas do então deputado empreendedor da família.

O dinheiro grosso, da lavagem de dinheiro, envolve mais de R$ 15 milhões em imóveis e outros negócios.

O dinheiro de Queiroz para Michelle era o troquinho para gastos do dia a dia. Eram depósitos mensais de R$ 2 mil a R$ 3 mil e foram feitos entre 2011 e 2016.

O dinheiro do senador das cuecas deve ser, na mesma linha, de trocados que a quadrilha por ele financiada enviava para gastos diários. Era dinheiro para ter na carteira, para pequenos prazeres, cigarro, pão e leite.

Cuecas não escondem tudo. O rolo do senador também é grande. Ele integrava a comissão parlamentar do Senado responsável pela execução orçamentária e financeira das medidas de combate à pandemia. É de onde saíam as previsões de dinheiro para os políticos.

A Polícia Federal já sabe que ele se envolveu com o superfaturamento de kits de testes rápidos da Covid-19 em Roraima. O conluio era com uma empresa de amigos contratada sem licitação.

O que há além dos 89 mil de Michelle e os R$ 33 de Chico das Cuecas? O esquema de Flavio Bolsonaro está exposto e só espera a denúncia do Ministério Público.

Foi sustentado pelas rachadinhas e pela lavagem (talvez também com dinheiro de campanha) em imóveis e na fantástica loja de chocolate.

O esquema de Chico ainda precisa ser melhor entendido. Mas não só o dele. As verbas para o combate à pandemia eram liberadas por emenda dos congressistas. Chico era o cara que abria a primeira porta das dotações.

Além de Chico, outros devem estar envolvidos em casos semelhantes. A polícia, o Ministério Público e o Judiciário sabem que há muito mais dinheiro do que a bunda do sujeito escondia.

Só que aí vem aquela pergunta incômoda: o dinheirinho de Michelle e o dinheirinho do Chico da Cueca não ficarão apenas como folclore? Talvez fiquem, ao lado de outros casos que ainda vão surgir.

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/

2 thoughts on “OS DINHEIRINHOS DE MICHELLE E DE CHICO DA CUECA

  1. Infelizmente no Brasil Os Eleitores Não Votam Em Programas De Governo. Mas Sim Em Pessoas Por Grau De Parentesco, Amizade, Favores, Intelectuais, Bonitão, Palhaços, falsos Profetas. Por Último Votaram Em Militares Como Se Estes Fossem Sinônimos De Honestidade, caráter e Se Esquecem Que Os Militares Só Deixará o Poder Quando Deixaram o País Todo Endividado, Inclusive, Teve Que Pedir Moratória.

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