OS GOLPISTAS, OS PASTORES E OS ASSEDIADORES DO BOLSONARISMO

São três as grandes questões da política brasileira hoje. A primeira é de certa forma uma dúvida: Bolsonaro e os militares irão se repetir com as mesmas ameaças, mantendo o plano do golpe como um blefe que ninguém aguenta mais, ou terá alguma evolução nas próximas semanas?

A segunda é decisiva para que se compreenda a extensão da quadrilha religiosa que agia no Ministério da Educação. Trata-se da instalação ou não da CPI que irá investigar os pastores de Bolsonaro e Milton Ribeiro e suas ramificações.

É uma decisão a ser tomada esta semana pelo Senado, com chance de não dar em nada por causa da campanha eleitoral.

E a terceira questão também envolve interrogações sobre o tamanho da ação dos predadores sexuais dentro do governo, a partir das denúncias de assédio contra Pedro Guimarães, o boto da Caixa.

Essa última parece uma questão menor como imbróglio político, mas não é. Chegar ao modus operandi dos assediadores que atuam dentro do governo, e não só dentro da Caixa, é uma missão prioritária, que passa pelos políticos, por corregedorias e pelo Ministério Público.

Na semana passada, os jornais informaram que, nos últimos três anos, as denúncias de assédio sexual dentro do governo federal deram um salto, passando de 155 em 2019 para 251 em 2021. Neste ano, somente no primeiro semestre, foram 214 casos.

O Globo detalha assim essas informações:

“Do total de denúncias de assédio sexual registradas em ministérios, segundo a CGU, 31 foram feitas por funcionários da pasta da Justiça e Segurança Pública.

O Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos vem em segundo lugar, com 23 denúncias, seguido pela Educação, com 18. A ouvidoria da Presidência da República também recebeu denúncias de assédio sexual: quatro no total”.

Há assediadores ativos dentro do Ministério dos Direitos Humanos. Isso significa que, assim como na sociedade em geral, os agressores sexuais foram liberados e incentivados por Bolsonaro a agir dentro do governo.

O predador que age dentro do setor público é um sujeito empoderado por suas lideranças.

Bolsonaro é o inspirador das ações violentas contra mulheres, gays e negros e o avalista da conduta de chefetes que assediam subalternas e subalternos. È preciso ter a dimensão dessas agressões.

O bolsonarista é em geral um patrulheiro da vida e da orientação sexual e das intimidades dos outros.

É o falso moralista que diz estar com Deus, a família e as suas presumidas liberdades. É geralmente um macho inseguro que persegue gays e incentiva ataques a todas as pessoas LGBTI+.

Esse bolsonarista que atiça as hienas é sempre um potencial predador sexual que nunca esteve tão à vontade como agora no governo.

Bolsonaro inovou até nessa área, levando para repartições públicas o que existe de pior na extrema direita.

As investigações nessa área vão nos mostrar a face mais perversa do macho bolsonarismo assediador sexual e moral, que caça quem ele considera em posição de inferioridade hierárquica.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Website Protected by Spam Master


8 + 8 =