OS HOMENS DE BOLSONARO BLEFAM E RECUAM

Dois recuos do governo que provam que Bolsonaro blefa até na ameaça de golpe e ainda tenta ensinar seus subalternos a também blefarem. E todos fracassam como blefadores.

Hoje, o governo não teve apenas duas revogações no mesmo dia. Teve duas derrotas de dobrar os joelhos. A primeira foi a desistência de transferir R$ 83,9 milhões do Bolsa Família para a Secretaria de Comunicação da Presidência da República.

O dinheiro, que deveria originalmente ser destinado a famílias pobres do Nordeste, iria parar na propaganda institucional de Bolsonaro, ou seja, seria embolsado por amigos do governo em TVs, rádios, jornais e canais virtuais.

A portaria, de quinta-feira, dia 4, foi revogada hoje, porque a mutreta poderia caracterizar crime grave, enquanto falta dinheiro para o combate à pandemia.

O outro recuo foi o da divulgação de números suspeitos sobre contágios e mortes da pandemia.

O ministro do Supremo Alexandre de Moraes determinou que o Ministério da Saúde retome o esquema antigo, com o total de mortes e de casos de infectados, incluindo as mortes que aconteceram no dia apurado e também os casos antigos que ainda aguardavam a confirmação.

O Ministério tentou esconder esses casos antigos para camuflar a própria incompetência. O ministro interino efetivo e meio permanente da Saúde, general Eduardo Pazuello, havia dado longas explicações hoje na Câmara de que o sistema novo, idealizado por ele, era o melhor. O STF mandou e ele teve de recuar. Até quando?

O outro recuo, com grande força simbólica de acovardamento, foi a reunião ministerial transmitida ao vivo, em que a turma aquela do dia 22, dos que chamavam ministros do Supremo de vagabundos, virou agora um grupo de internato de freiras.

A situação do governo é tão vexatória que até o Estadão, um dos jornais mais reacionários do mundo, escreveu um editorial hoje em que pede que Pazuello se demita. O editorial é forte. Começa assim:

“Se tivesse alguma coragem moral, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, teria pedido demissão ao receber a ordem para esconder os números relativos à pandemia da Covid-19”.

O Estadão não pede que o ministro interino efetivo e meio permanente tenha coragem moral, mas “alguma” coragem, no sentido de ter um resquício, uma sobra de moral.

Não me lembro de ter lido antes num jornal ultraconservador esse tipo de desafio a um general. O Estadão pede a demissão do homem em nome da preservação da imagem do Exército, o que faz sentido.

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O vídeo mostra (clique no link abaixo) que o ministro interino efetivo e meio permanente da Saúde conhece muito bem o Brasil e seu clima. Dá pra confiar nessa gente?

https://twitter.com/i/status/1270416094004744198

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