OS INFECTADOS DO FUTEBOL PRECISAM APRENDER COM CAROL SOLBERG

O Flamengo tinha 19 jogadores infectados pelo coronavírus e pediu a suspensão do jogo de domingo contra o Palmeiras. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) negou o pedido.

Imaginem a categoria desse tribunal, que é superior e apenas referendou uma decisão da CBF. Imaginem como seria se fosse um tribunal inferior.

A alegação da justiça foi essa: se o jogo estava marcado, que jogassem de qualquer jeito com os jogadores que sobraram. Porque era o combinado.

Foi assim que o Palmeiras venceu a briga na justiça pela manutenção da partida, com a ajuda de líderes dos jogadores.

Sim, os jogadores não se preocuparam nem com funcionários dos clubes (o Flamengo tem mais de 10 servidores com o vírus).

O Sindicato dos Funcionários de Clubes do Rio teve de recorrer à Justiça do Trabalho e conseguiu uma liminar concedida pelo Tribunal Regional do Trabalho do Estado.

O jogo foi cancelado. Se não fosse a iniciativa dos funcionários, que têm noção do risco que correm, os jogadores estariam jogando numa boa.

A maioria dos clubes entende que o contágio de jogadores não pode parar o campeonato. Vão jogar com ou sem peste.

O futebol brasileiro é o pântano do negacionismo, pelas posições de dirigentes de clubes, pelos negócios da TV, pelos jornalistas e comentaristas que não querem perder o emprego. E pela imposição da superior ‘justiça’ desportiva, que deveria ser a voz da sensatez, mas também nega a pandemia.

O futebol dos clubes e todas as suas estruturas de suporte são alienadas, alienantes e imbecilizantes e só controlam tudo pela omissão dos jogadores.

As posições dos dirigentes só prosperam porque os jogadores são resignados e subservientes. Que a obediência e o dinheiro prevaleçam.

É assim que a pandemia reafirma a idiotia como a marca do futebol brasileiro. Por isso uma figura com a grandeza de Carol Solberg deve ser acolhida e protegida pelos democratas e pelos que torcem para que o esporte seja menos emburrecedor.

A jogadora de vôlei que gritou ‘fora, Bolsonaro’ é uma raridade num meio reaça e desinformado.

Que outros se inspirem, não a ponto de criticar Bolsonaro (porque aí é preciso coragem), mas de compreender a realidade que os empurra para o embrutecimento de se negarem a ver não só os riscos da pandemia para os colegas, mas para os funcionários que lhes alcançam camisetas e chuteiras.

Leiam e ouçam o que diz Carol, nesses trechos de entrevistas que
ela concedeu sobre o direito de se expressar:

“Meu grito foi pelo Pantanal que está em chamas em sua maior queimada já registrada e continua a arder sem nenhum plano do governo. Pela Amazônia, que registra recordes de focos de incêndios. Pela política covarde contra os povos indígenas. Por acreditar que tantas mortes poderiam ter sido evitadas durante a atual pandemia se não houvesse descaso e falta de respeito à ciência. Por ver um governo com desprezo total pela educação e a cultura. Por ver cada dia mais os negros sendo assassinados e sem as mesmas oportunidades. Por termos um presidente que tem coragem de dizer que ‘o racismo é algo raro no Brasil’. São muitos absurdos e mentiras que nos acostumamos a ouvir, dia após dia”.

“Não posso entrar em quadra como se isso tudo me fosse alheio. Falei porque acredito na voz de cada um de nós”.
“Esse papo de que não se deve misturar esporte e política não dá mais. Numa democracia, todas as pessoas podem e devem expressar suas opiniões sobre qualquer assunto. Todo mundo tem o direito de se manifestar”.

“Não sou uma ativista, mas no Brasil hoje em dia não tem como ficar alienado, não querendo falar de política”.

E os machos do futebol ouvem Carol e fazem o quê? Os machos baixam a cabeça e tentam correr atrás da bola, num futebol cada vez mais sem imaginação em que a bola é que corre atrás deles.

2 thoughts on “OS INFECTADOS DO FUTEBOL PRECISAM APRENDER COM CAROL SOLBERG

  1. Não é de hoje q ouvimos falar Dos alienados da cbf. Sempre tiveram uma forte bancada de apoio em BRASÍLIA para não fazer progredir as CPIS criadas para investigar suas falcatruas. Em compensação, Agências de INVESTIGAÇÃO estrangeiras fazem o TRABALHO sério que NÃO tem apoio aqui, o que, de certa forma, reduz nosso sofrimento.

  2. Outro dia ouvindo um destes programas esportivos naa tv, com jornalistas sérios, que procuram trabalhar para que no caso do futebol, se renha mais profissionalismo, tanto de dirigentes quanto dos atletas, um deles falava da responsabilidade cidadã dos negros no basquete americano, através da Liga Nacional de lá, que não perdem a viagem para manifestarem-se, principalmente quanto ao racismo e a violência contra o negro. O detalhe fundamental é que todos eles obrigatoriamente, no inicio da carreira, ao lado de praticarem o esporte precisam estudar. No nosso caso, principalmente por conveniência dos clubes/dirigentes/etc…, isso não acontece e temos este, desculpe, bando de alienados.

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