Os jornalões não esquecem o que fizeram há 20 anos

Estadão, UOL, Veja, Terra e outros da segunda linha de jornais e sites das corporações reduziram a definição do jurista Luiz Fernando Pacheco, assassinado em São Paulo, a um tratamento que sugere sempre uma abordagem pejorativa.

Essa chamada de capa do Estadão, no sábado, é a síntese do desrespeito: “O que se sabe sobre a morte do advogado do Mensalão em Higienópolis”.

Um profissional reconhecido por sua atuação humanista, ao lado de grandes juristas, foi carimbado pelos jornalões, com exceção da Folha, como advogado do mensalão.

Assim tem sido desde o assassinato. A Folha surpreendeu e informou, no título de uma espécie de obituário:

“Exerceu a advocacia com humanismo para lutar por seus ideais. Luiz Fernando Pacheco atuava com a mesma paixão em grandes casos e para clientes de advocacia gratuita”.

Nos textos, Pacheco até aparece como um dos fundadores do grupo Prerrogativas, de defesa da democracia e das liberdades, e integrante da banca de advogados de Márcio Thomaz Bastos.

Mas na maioria das vezes é citado, já no título, como advogado do mensalão. Por que esse tratamento? Porque as redações estão contaminadas pelo pré-lavajatismo, desde 2005, e seus comandos vêm desde lá.

Editores são orientados a, sempre que possível, relembrar o mensalão. Esse é hoje o jornalismo brasileiro das corporações.

Um jornalismo que, para derrotar Lula, inventou Bolsonaro. E para tentar mais uma vez tirar Lula do jogo, tenta agora inventar Tarcísio de Freitas.

5 thoughts on “Os jornalões não esquecem o que fizeram há 20 anos

  1. Não vejo problema na manchete d’O Estado nem demérito ao advogado. Muito pelo contrário, se ele atuou naquele caso conhecido como “mensalão”, significa que foi um advogado de renome, de uma banca caríssima, atuando na defesa de grandes políticos. Você mesmo, Moisés, sempre cobra dos jornalões clareza nas manchetes. Aqui o leitor identifica de imediato que se trata de um advogado importante.

    Acertou o jornal ao mencionar o mensalão.

    Agora, Moisés, por que você é contra a maravilhosa ideia que vem da China de fuzilar bandidos? Você tem preconceito contra a China, Moisés?

    O advogado em tela morreu duas vezes nesse país brutal e imundo: primeiro, bebendo metanol; depois sendo atacados por hienas assassinas, em busca de uma graninha para tomar uma cervejinha no fim de semana.

    Precismos adotar as boas ideias que vêm da China e tacar fogo em bandido. Bandido bom é bandido morto versão socialista.

  2. “Um jornalismo que, para derrotar Lula, inventou Bolsonaro”. Isso não é verdade, Moisés. Fica feio vc ficar reescrevendo a história segundo SUAs (e da esquerda) conveniências. Em 2018, o candidato DO establishment, grande imprensa INCLUÍDA, era Geraldo Alckmin. LEMBRO-me bem do dia em que a CANDIDAtura do Picolé DE CHUCHU selou uma coligação com DEZ partidos de centro, centro esquerda e centro direita. Euforia nos mercados. Bolsa disparando, DÓLAR em queda. GERALDINHO tinha um LATIFÚNDIO no horário eleitoral gratuito: dez minutos NO horário do meio-dia e dez minutos no horário DAs 20 horas, contra 17 SEGUNDOS de Bolsonaro. A mídia tradicional ZOMBAVA de Bolsonaro, que era comparado a um Levy Fidelix da vida. Subestimaram o poder das redes sociais. Claro que o Adélio Bispo ajudou, inegavelmente. A candidatura TUCANa FLOPOU miseravelmente. O Picolé de Chuchu teve 4, 7 % dos votos. Bolsonaro foi para o segundo turno com o Fernando “Poste” Taxxad. Foi aí que o establishment não teve outra alternativa a não ser apoiar Bolsonaro. A imprensa não inventou Bolsonaro nenhum. Muito pelo contrário. Quem inventou o Bolsonaro foram os grandes inimigos e concorrentes da mídia tradicional: as redes sociais.

  3. Tal e qual os jornalões golpistas, Guinho, o boneco fascistinha, e Nandinho, o ventríloquo fascistão, fazem recortes seletivos para explicar ou construir narrativas ajustadas aos seus interesses políticos sobre acontecimentos e processos históricos. Como esperar que a burguesia e a extrema direita, preocupadas em extrair mais vantagens dos trabalhadores e das camadas oprimidas para aumentar seus lucros e acúmulo de capital, ficassem de braços cruzados diante da ofensiva da esquerda e da vitória do PT em 2002 e seus quatro mandatos sucessivos, que ampliaram a rede de proteção do Estado aos excluídos e projetaram o Brasil no cenário internacional, saindo de décima terceira para sexta economia do planeta?

    Alguma dúvida de que a Ação Penal 470, rápida e astuciosamente chamada de ‘Mensalão’ pelos jornalões, foi, assim como a Lava-jato, um grande teatro montado pela extrema direita e seus representantes? No centro da trama e do cenário um ‘juiz insuspeito’, afinal, Joaquim Barbosa fora indicado por Lula para o Supremo. E para dar uma amplitude maior à encenação, às sessões do STF, com Barbosa assumindo e elevando cada vez mais o tom persecutório, foram exibidas ao vivo, uma novidade, para não deixar pedra sobre pedra e quebrar a espinha dorsal do PT com a condenação e a ruína das reputações de seus principais quadros dirigentes.

    Dialecticamente, algo que o fascismo faz apenas no consumo interno para não se queimar ao expor suas versões distorcidas, Moisés apontou que a AP 470 deu início ao lawfare e fez a conexão com aquilo que viria após as jornadas de 2013, com Sérgio Moro igualmente a pautar os jornalões no comando da maior perseguição jurídica a um líder político de que se tem notícia neste século.

    Lá, em 2007, com a maioria dos juízes do STF encolhidos e amordaçados frente a exposição midiática e do próprio Supremo dada à ação processual, foi gestado o golpe de 2016 ao abrir-se uma clareira para o avanço do fascismo e da candidatura do tenentinho frouxo e genocida.

    O posterior inocentamento de José Genoino, de José Dirceu, de Delubio Soares e de outros perseguidos e condenados políticos, assim como ocorreu com a presidenta Dilma Rousseff em relação às motivações para seu impeachment, só prova que Moro ter ido beber na fonte da ministra Rosa Weber, a quem assessorou, foi, tal qual o papel desempenhado por Joaquim Barbosa, um movimento premeditado e minuciosamente planejado por forças externas que queriam interromper a trajetória vitoriosa do PT, a ascensão brasileira no cenário mundial e destruir por dentro suas instituições e empresas, estatais e privadas, que representavam cada vez mais uma ameaça aos interesses geopolíticos do Grande Império do Norte.

    1. O fanatismo dos petistas é tão monstruoso, que o petista bonzinho falou do mensalão e sequer tocou no nome do advogado assassinado.

      Eu tenho vergonha de ser do campo da esquerda! O Neri é um bolso-petista. Se pintar um pneu de vermelho, o cara vai lá e reza.

  4. Guinho, tu não te emendas mesmo! Se nada tenho a comentar ou a acrescentar ao ótimo texto de Moisés, para quê falaria do advogado assassinado? para não perder a oportunidade de contestar o blogueiro e sair em defesa dos jornalões, como fizeste? Para Azucriná-lo com a repetição dessas bobagens sobre a China?

    Que tal sugerir ao teu ídolo Tarcísio de Freitas e àquele que comanda a Secretaria de Segurança e faz o serviço sujo por ele para adotarem o tal modelo chinês? Com a economia forçada de projéteis, Assim talvez caíssem os índices de matança indiscriminada de pobres, principalmente os pretos, nas periferias e no interior de São Paulo. De quebra, contribuirias para impulsionar a candidatura do teu preferido à presidência da República.

    E a quem pensas que enganas com esse papinho de ser da esquerda? Se por uma desgraça isso fosse verdade por um só instante, não achas que seria a esquerda a morrer de vergonha? Eu já disse que te falta pedigree, Guinho. E isso não se corrige com conversa fiada. Pergunte ao Nandinho, o teu ventríloquo fascistão, a quem disseste ser também teu alter ego.

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