Os juízes e a juíza

carmelucia

Cinco repórteres do Paraná, processados por mais de 40 juízes, ganharam uma defensora que qualquer jornalista gostaria de ter. A ministra Carmen Lúcia, do Supremo, deixou os juízes numa pior.
Ontem, em palestra sobre liberdade de imprensa e expressão no Judiciário, no 11° Congresso da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), em São Paulo, Carmen Lúcia disse que ninguém, muito menos juízes, têm o direito de tentar calar a imprensa.
Para relembrar: os jornalistas da Gazeta do Povo são processados porque divulgaram os super-salários de alguns juízes. Os magistrados sentiram-se injuriados. Mesmo que os dados sejam públicos.
Para a ministra, “o dever da imprensa não pode ser cerceado de maneira nenhuma”, conforme reportagem da Folha de S. Paulo.
Ela disse ainda que os juízes envolvidos nesse caso “são parte”, não mais juízes.
A gravidade do caso se dá, segundo a magistrada – diz a Folha – no fato de as ações “tentarem criar um direito à privacidade no espaço público”, já que os dados salariais publicados pela equipe do jornal são públicos.
A ministra lembrou ser de uma “geração amordaçada por ditadura” e defendeu “o respeito à palavra”. Disse que “a democracia é um regime em formação permanente” e, no Brasil, enfrenta neste momento “muitos percalços”.
Agora falo eu. Isso quer dizer que, se chegarem ao Supremo, as queixas dos juízes terão um embate duro. Não passarão, é óbvio.
A ministra poderia vir a Porto Alegre e analisar com a mesma sabedoria o caso do repórter do jornal Já que foi preso quando da desocupação da Secretaria da Fazenda.

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