QUEM PASSA O PANO E QUEM NÃO TEME OS GENERAIS
Globo e Folha, que devem estar a caminho de uma encruzilhada com uma escolha difícil em outubro, se saíram bem na passada de pano para os militares que teriam sido ofendidos pelo ministro Luis Roberto Barroso.
Vale a pena ver como se comportaram três dos mais importantes colunistas dos jornais. Leiam como dois deles iniciaram suas cuidadosas notas nesta segunda-feira, em meio ao tiroteio da extrema direita:
Ascânio Seleme, no Globo, com a teoria da boca pra fora:
“Lida com atenção, é positiva a nota do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio, contra a declaração do ministro Luiz Roberto Barroso de que as Forças Armadas estariam sendo orientadas a desacreditar o processo eleitoral. A nota nega que esteja atendendo ordens para atacar o sistema e cobra respeito do ministro do Supremo. A simples negativa é um bom sinal. Pode ser da boca para fora, mas é uma negativa categórica, sobretudo porque o ministério se defende dizendo que Barroso faltou com a ética ao apresentar acusação sem prova”.
Igor Gielow, na Folha, Com a teoria da queda dos aviões:
“Aviões raramente caem por um só motivo, diz o clichê padrão após desastres aéreos. Crises envolvendo instituições seguem o mesmo roteiro: são montadas a partir de elementos às vezes imiscíveis, até formar um quadro coerente de entropia. É sob essa ótica que pode ser lida a crise provocada por Luís Roberto Barroso ao criticar o suposto uso que Jair Bolsonaro faz das Forças Armadas para minar o sistema eleitoral brasileiro. Foi um erro tático que poderá ter repercussões estratégicas em um ano tão crucial para a democracia”.
Os jornalistas acertam no cravo e na ferradura, como é comum numa hora dessas, para que não fiquem mal com ninguém, muito menos com essa gente poderosa.
Dois detalhes que não são tão pequenos. Seleme enfatiza o entendimento de que Barroso acusa sem provas.
E Gielow responsabiliza o ministro pelo que seria um erro tático num momento crucial para a democracia.
O título do artigo de Seleme é este:
“Nota da defesa é boa”
E este é o título de Gielow:
“Crise com Congresso e crítica a militares isolam Supremo em ano crucial”
Bonitinhos, né? Bem calibrados, terrivelmente cautelosos e delicados.
Já seria ruim se Barroso estivesse sendo entregue pelos dois aos leões. É pior. Barroso foi entregue aos militares e às hienas civis do entorno de Bolsonaro.
E agora, como compensação, na grande imprensa, o começo do texto de Miriam Leitão, também no Globo:
“O ministro Luís Roberto Barroso tem razão ao dizer, em um seminário de universidade alemã, que as Forças Armadas têm sido empurradas para atacar o processo eleitoral. A nota do Ministério da Defesa foi um tom acima, afirmando que a fala do ministro é “ofensa grave”. Barroso não disse o nome, mas foi claramente uma crítica ao presidente Jair Bolsonaro. Vale a pena relembrar os eventos que levaram o ministro Barroso a essa conclusão”.
Este é o título do comentário da jornalista:
“Os vários eventos que mostram que as Forças Armadas têm sido usadas para assustar o país”
Miriam enumera uma série de episódios que todo mundo conhece de cor e que justificariam a fala de Barroso.
E cita Braga Netto colocando em dúvida o processo eleitoral, ao defender o voto impresso e ajudar a radicalizar o discurso de Bolsonaro.
Cita o desfile de ferro velho, com o tanque fumacento, em Brasília, como ameaça militar.
E se refere ao sobrevoo de Bolsonaro, num helicóptero do Exército, com o ministro da Defesa a bordo, em apoio a um ato contra o Supremo.
E cita as muitas notas das três armas em apoio aos desatinos de Bolsonaro.
E lembra ainda que Braga Netto é pré-candidato a vice de Bolsonaro.
E escreve: “As Forças Armadas não fazem nada para se proteger de um presidente intervencionista, antidemocrático e que quer usar as Forças Armadas. Elas nada têm feito para tranquilizar a população. Ao contrário, divulgam notas com tons ameaçadoras ou em defesa da ditadura como fizeram recentemente. Ao não se protegerem, colocam toda a sociedade em insegurança diante dessa ambiguidade que é estimulada por Bolsonaro”.
Dois homens e uma mulher dos jornalões. A mulher não se acovardou para a nota dos generais e apresentou as provas que o colega diz não ter.
Mirian Leitão é muito crítica em relação à Ditadura e aos militares.
Pelo menos ISSO…
sERÁ QUE FINALMENTE ELA ESTÁ SAINDO DA sÍNDROME DE eSTOCOLOMO? tALVEZ DEPOIS QUE O FILHOTE DO DEMÔNIO DISSE TER PENA DA COBRA E ELA FOI DEFENDIDA PELA ESQUERDA, QUE ELA TANTO CRITICOU. pODE SER QUE AGORA PARE DE DEFENDER OS QUE A TORTURARAM E COMECE A USAR O CÉREBRO, PARA PELO MENOS VER A VIDA COMO ELA É E NÃO COMO A VIDA QUE OS PATRÕES DELA DIZEM QUE É.
Esta individua é uma das responsáveis pela eleição do Genocida, além de ter apoiado o impeachment de Dilma enfim , uma idiota.