OS MÉDICOS VÃO ENGOLIR A CLOROQUINA DE BOLSONARO?

Bolsonaro pretende mudar nas próximas horas os protocolos sobre o uso da cloroquina na saúde pública, para que prevaleça o que ele acha que é o certo. Que liberem o uso do remédio a quem quiser receitar e a quem quiser tomar, desde as primeiras manifestações da doença.

A questão é saber se os médicos do SUS e os profissionais da saúde pública (e mesmo privada) ficarão quietos e engolirão sem reações a cloroquina de Bolsonaro.

Há uma rede em parte ainda submersa de propagação do marketing da cloroquina como remédio milagroso, liderada por Bolsonaro e pelo filho Flávio. O garoto envolvido na propaganda é, talvez não por acaso, o filho que cuida dos negócios da família.

O comportamento deles é mais do que estranho, é indício de que alguma coisa os mobiliza para muito além do interesse de tratar das pessoas. Até porque Bolsonaro nunca se refere a questões de saúde quando fala da pandemia, mas apenas aos aspectos econômicos.

Ontem, em conversa com empresários, ele não fez nenhum comentário sobre o que é mais decisivo em meio à peste, que é salvar vidas. Só cuidou de negócios ao pedir que entrem na guerra para que a economia volte a funcionar sem restrições.

A cloroquina é o grande negócio do momento, com testes em todo o mundo, mas sem nada que comprove sua eficácia. Ao contrário, muitos experimentos mostram que o seu mau uso pode levar à morte.

Não interessa ficar repetindo que o dono do laboratório da cloroquina é amigo dos Bolsonaros. Nem que, ao determinar que o laboratório do Exército produzisse o remédio, Bolsonaro estava fazendo uma jogada ensaiada ainda não bem explicada com o laboratório privado.

A suspeita, apenas mais uma na conta de Bolsonaro, segue o seguinte raciocínio. O sujeito determina que o Exército produza o remédio e com isso induz ao entendimento de que sua ideia tem o aval das Forças Armadas. O laboratório privado apenas pega carona nessa estratégia.

Mas a rede de cloroquina é uma pauta que o jornalismo se nega a encarar desde o surgimento do remédio como salvação bolsonarista. Há reportagens rápidas e superficiais, mas sem profundidade e investigação que mostre a conexão do remédio com a obsessão de Bolsonaro.

Por que os jornais não investigaram até hoje o que há por trás da insistência de Bolsonaro em vender a droga como solução desde o aparecimento dos primeiros sintomas (quando os médicos dizem que isso pode ser fatal)?

A cloroquina refugada por Nelson Teich não pode ser apenas uma arma de Bolsonaro para desviar atenções. No começo, considerou-se que ele se apresentava como pai de uma ideia que poderia transformá-lo em santo milagreiro em todo o mundo, se viesse a dar certo.

Não deu. Não há mais o que ser testado quanto à cloroquina. Mas Bolsonaro quer mudar protocolos do Ministério da Saúde para vender cloroquina.

Alguém ainda acredita que Bolsonaro é apenas um cara aparentemente ingênuo quanto a questões de saúde, que tenta, sem maldade, fazer o que não pode?

Ele não é apenas um impostor, um charlatão, um embusteiro. Há muito mais a ser investigado em torno desse imitador de pajé da extrema direita.

Nelson Teich deve ter pistas das forças e dos interesses que mobilizam os Bolsonaros com tanto empenho. Enquanto não se desvenda esse mistério, os médicos do SUS estão diante dessa pergunta: serão submissos à imposição de Bolsonaro e aceitarão a cloroquina goela abaixo?

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A TESE DE QUEM TORCE PELA MORTE
O país todo está surtado, e não só Bolsonaro. Esse sujeito se chama Ricardo Barros e foi ministro da Saúde.

One thought on “OS MÉDICOS VÃO ENGOLIR A CLOROQUINA DE BOLSONARO?

  1. Se a própria UNIMED está distribuindo kits com Cloroquina, o que o senhor acha, sr. Moisés?

    O senhor acha que os médicos têm interesse na existência do SUS, quando podem cobrar uma consulta a peso de ouro paga em parcelas como acontece nos EUA?

    É! Eles parcelam. Portanto, uma pessoa pobre pode viver anos pagando um mísero exame de sangue.

    Sabe quanto é um exame de sangue e uma receita lá? Cerca de 5 mil dolares.

    Um Brasileiro sentiu uma dor no ombro e foi ao médico. Ele relata isso em vídeo. Tiraram um raio X, deram uma tipóia a ele e uma receita. Mais de 7 mil dólares.

    Anos atrás eu conheci um norte-americano já de idade avançada que me contou que sua esposa tinha morrido de câncer e que ele, infelizmente, morreria trabalhando para pagar o hospital. Ele vivia privado de um monte de coisas por causa disso.

    E DETALHE: quando eles cometem um erro médico, mesmo grave, como a amputação de uma perna errada, como aconteceu lá, a indenização é dada de acordo com as posses da VÍTIMA, não do médico ou do hospital! Ou seja, a mesma canalhice que acontece no Brasil.

    Por essas e outras só posso deduzir que existem mais médicos bolsonaristas do que poderíamos acreditar. Eles adoram um Guedes da vida, já que isso vai melhorar muitísssimo o padrão de vida deles.

    Claro que eles vão receitar!! Já estão, sr. Moisés.

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