Os milagrosos gerentes tucanos

Chama-se Adir Assad o delator que promete aterrorizar os ninhos dos tucanos. Mas tucanos são apenas aterrorizados, porque pouco ou nada acontece com eles além do susto. E os ninhos continuam intactos.

Assad é o sujeito que esquentava o dinheiro sujo de propinas destinadas pelas empreiteiras ao PSDB, entre 2007 e 2010, na época do governo de José Serra em São Paulo.

O delator está preso e já dedurou o esquema. Disse que repassou R$ 100 milhões para Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), o Daer deles. Assad emitia notas frias para validar o roubo que as empreiteiras destinavam aos prepostos do PSDB.

O problema é que, assim como aconteceu com a propina do metrô e a propina da fraude da merenda, só o que aparece é a chinelagem entre os já denunciados e alguns processados. O Ministério Público e o Judiciário tentam nos convencer de que, com os tucanos, é assim mesmo.

Pés de chinelo, como esse Souza recebedor de propinas, teriam ficado com R$ 100 milhões. Alguém acredita? Alguém acredita que o gerente Pedro Barusco era, sozinho, dono de US$ 97 milhões de propinas da Petrobras depositadas desde 1997 na Suíça?

Por que a investigação da corrupção tucana só pega subalternos? Um gerentinho do metrô, outro do departamento de estradas e outro da Petrobras mordiam as empreiteiras em milhões, e as empreiteiras pagavam porque gostavam muito deles.

Mas em nome de quem e para quem mordiam os gerentinhos? Se a Justiça não consegue responder, quem conseguirá? A imprensa talvez pudesse, se mobilizasse suas grandes equipes.

Mas a grande imprensa consome gente e energia nas investigações sobre os pedalinhos do sítio de Atibaia.

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