OS NEGACIONISTAS DÃO AULA NA USP

Janaína Paschoal é professora de Direito Penal na USP. Muita gente frequentou aulas de Janaína e muitos outros continuam frequentando, porque não se sabe que a deputada tenha se licenciado para exercer seu mandado na Assembleia paulista.

Janaína, a musa do golpe de 2016, é o que é, não é preciso dizer de quem se trata. Mas agora temos mais um nome, na mesma linha, comprometendo a imagem da universidade.

Também é professor da USP o geógrafo Ricardo Augusto Felicio. Os dois, ele e Janaína, têm em comum posições alinhadas às da extrema direita e associadas ao negacionismo e outras ideias esdrúxulas, mas nunca inocentes.

Pois Felicio lutou na Justiça e perdeu, para manter no Youtube vídeos em que defende que punir quem provoca queimadas é punir o pecuarista, que o aquecimento global não existe, que usar máscara é bobagem e que as vacinas contra a Covid podem causar danos às pessoas.

Os vídeos foram retirados do ar, e o professor recorreu contra a decisão no Tribunal de Justiça de São Paulo. Mas não conseguiu fazer valer o argumento (é sempre o mesmo) de que exerce o direito à liberdade de expressão.

Pois o Youtube decide e tira um sujeito desses do ar, com respaldo da Justiça, mas a USP mantém a negacionista Janaína e esse cara dentro das salas de aula.

Uma organização do mundo virtual consegue impedir que negacionistas continuem agindo livremente. Mas uma instituição respeitada, sempre citada entre as 100 melhores universidades do mundo, não consegue impedir que seus estudantes percam tempo ouvindo professores negacionistas.

Por que eles continuam fazendo o que sempre fizeram? Porque a universidade brasileira (a pública e a privada) tem medo da extrema direita.

Janaína Pachoal apresenta-se como especialista em Direito Penal, mas opina sobre vacinas. É contra o passaporte para imunizados e também é contra a vacinação de adolescentes e crianças.

Podem dizer que ela não trata disso na sala de aula. Mas quem se sente confortável sendo aluno de uma professora de Direito Penal que defende tais ideias, sem falar nas suas teses sobre as pedaladas usadas como pretexto do golpe contra Dilma?

A pergunta incômoda é esta: não há gente semelhante em outras universidades? As faculdades gaúchas, em todas as áreas, estariam livres desse tipo de pregador negacionista?

Que imunidade assegura a um professor com tais ideias a permanência em sala de aula, se o Youtube consegue interditar a pregação dos que atacam a ciência, o interesse coletivo e a saúde pública?

Os alunos desses dois poderiam reagir com firmeza, se a universidade não faz nada. Ou será que a maioria quer ter aulas com professores cujas ideias estão bem próximas do que pensam os terraplanistas bolsonaristas?

2 thoughts on “OS NEGACIONISTAS DÃO AULA NA USP

  1. Editais de concursos públicos teriam condições de filtrar linhas de pensamento reacionárias? Fizeram o bacharelado escrevendo o que tod@s gostam de ler. E para dar ouvidos aos discursos negacionistas, o mbl estabeleceu células estudantis muito atuantes nas escolas, institutos e universidades públicas.

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