OS PAIS E AS MÃES DAS VÍTIMAS DA BOATE KISS

Acompanhei, no mesmo dia da tragédia, o drama das famílias das vítimas da Boate Kiss em Santa Maria. E depois mantive contato com alguns pais, entre os quais Flávio Silva.
Flávio é o pai da estudante Adrielle Righi da Silva. Eu me lembro das buscas por Adrielle, no Hospital de Caridade de Santa Maria, onde ela estaria internada. E me lembro do desespero da família quando ficou sabendo que a moça de 22 anos havia morrido.
O drama de Flávio pela perda da filha e pela impunidade dos culpados era agravado pela ameaça de ser processado pelos promotores do caso.
Em junho do ano passado, conversei com ele a respeito do processo em que os promotores Joel Dutra, Maurício Trevisan e Ricardo Lozza acusavam Flávio e outros pais de calúnia e difamação, porque haviam feito críticas duras às omissões do Ministério Público.
Hoje, soube-se que o juiz Leandro Augusto Sassi, da 4ª Vara Criminal de Santa Maria, engavetou (por falta de fundamento) os processos contra Flávio e contra José da Silva, outro pai de vítima da tragédia.
Era só o que faltava os pais das vítimas serem processados, enquanto os responsáveis pelo que aconteceu continuam soltos e impunes.
É triste que os processos com as acusações dos promotores tenham sobrevivido por pelo menos três anos.
Este é o Judiciário brasileiro, que só é ágil, e muito ágil, em alguns casos. Alguns casos bem escolhidos.
Parabéns ao Flávio Silva e aos outros país e às outras mães que há cinco anos e meio lutam sem vacilar pela reparação da Justiça.
Cinco anos e meio. Vou repetir: cinco anos e meio!!!

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