OS PERIGOS DAS HONRARIAS

A medalha do Mérito Farroupilha iguala o véio da Havan e Fernando Haddad, o filho de Bolsonaro e Jean Wyllys.
É uma questão ingrata a ser debatida e não escamoteada. Se ninguém da esquerda for homenageado, a direita se adona da honraria e da vitrine que a homenagem da Assembleia gaúcha proporciona.
Mas, se o duelo direita-esquerda continuar, daqui a pouco a esquerda oferece a medalha a Chico Buarque e a direita põe o adorno no pescoço do Queiroz.
O que fazer? Continuar nesse jogo, até a homenagem se tornar uma afronta e ser rejeitada, ou tentar discutir critérios nesses tempos sem critério algum?
Boa parte da esquerda profissional prefere ficar quieta, porque é assim mesmo. E assim mesmo vai ficando.
“Os prêmios, as condecorações e os títulos são todos perigosos”, disse um dia o escritor Sinclair Lewis.
Sartre, John Lennon, Marlon Brando e tantos outros recusaram honrarias. David Bowie esnobou a condecoração da Ordem do Império Britânico.
Sabemos de escritores gaúchos que se negam a ser incluídos na lista de possíveis patronos da Feira do Livro. É um direito.
As medalhas estão cada vez mais perigosas.

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