Os pobres que o jornalismo não vê

O jornalismo ainda está devendo reportagens que desmascarem os índices médios de inflação e mostrem a realidade dos pobres depois do golpe.

É preciso ir ao mundo que desconhece a inflação baixa do jaburu-da-mala e a recuperação da economia propagandeada pelo Jornal Nacional.

O Brasil da classe média ignora a realidade de quem ganha salário mínimo ou um pouco mais e paga R$ 150 por dois botijões de gás, que vai pagar 30% mais pela luz, que enfrenta o aumento semanal da gasolina (tem seu carrinho ou se vira de moto) e que não enxerga a tal retomada do emprego.

Os índices da inflação, que não levam em conta a vida desse povo, mas o custo de vida de uma classe média também empobrecida, não conseguem dar conta dessa realidade.

Os repórteres devem ir a campo para contar como sobrevivem os que almejaram ascender socialmente, durante os governos de Lula e Dilma (e muitos conseguiram), e que agora enfrentam retrocessos devastadores.

Mas é preciso ir além dos números e das estatísticas. Os dados sobre o custo de vida real, que se contrapõem a uma inflação média enganosa e às besteiras ditas pelo jaburu-da-mala, servem de esclarecimento pela metade.

É preciso mais. O jornalismo deve ir às periferias e ver os dramas de um mundo de carências e misérias que a imprensa pós-golpe afastou dos nossos olhos. Esta ainda é uma tarefa dos jornalistas.

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