Os protestos e os golpistas cívicos

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Decidi me submeter à orientação do ministro da Cultura, Marcelo Calero, e não falo nada de mal do Brasil na Aberta dos Morros. Ninguém, mas ninguém mesmo, vai ouvir de mim qualquer coisa desabonadora do nosso país no sul profundo de Porto Alegre.

O ministro está certo. Esta semana, ele criticou os artistas que têm saído pelo mundo afora erguendo cartazes contra o golpe. Calero acha que isso prejudica o país. Para relembrar o que ele disse:

– Eu acho muito ruim. Como qualquer manifestação, tem que ser respeitada, isso está fora de questionamento. Agora, acho ruim, em nome de um posicionamento político pessoal, causar prejuízos à reputação e à imagem do Brasil.
Tem fundamento. A arte não tem nada que se meter a política. Artista tem que dar o seu recado e ir embora ouvir os discursos do Calero. Deixem o debate sobre o golpe pras conversas de boteco e para as mesas-redondas só com os “cientistas políticos” tucanos amigos do Willian Waack na Globo News.

Eu, como não faço arte mesmo, já fui enquadrado. Só falo bem do Brasil, do Michel Temer, do Caiado e do José Serra. Amanhã pretendo ir a Viamão. E também em Viamão só falarei coisas positivas do meu Brasil e do meu governo.

A ideia de Calero é tão boa que ele poderia recuperar a disciplina de Moral e Cívica nas escolas. Esse golpezinho produz tanta gente estranha. Essa do civismo foi a melhor ideia produzida por um golpista até agora. É bom esse Calero.

 

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