OS VELHINHOS
Hamilton Mourão é a primeira voz forte do governo a tentar denunciar a história do Viagra dos militares como falso moralismo.
O general disse em entrevista que os velhinhos (a expressão é dele) do Exército têm o direito de usar Viagra.
Quem disse que não têm? O falso moralismo é uma marca do próprio bolsonarismo e da extrema direita, que são a mesma coisa.
Quem tem obsessão em patrulhar até a orientação sexual alheia são os bolsonaristas.
“Eu não posso usar o meu Viagra, pô?”, perguntou o general em entrevista ao jornal Valor Econômico.
Pode. Deve usar, deve fazer o que acha que é um direito seu pra ser feliz. Com liberdade e sem patrulhar a sexualidade dos outros.
Mas com dinheiro público?
Viagra com dinheiro dos outros velhinhos e outras velhinhas que muitas vezes nem remédio de uso contínuo encontram no SUS que o governo está destruindo?
Não tem remédio para câncer, mas tem Viagra? Tem para todos os velhinhos ou só para os velhinhos que protegem Bolsonaro?
E nem vamos falar das velhinhas que acompanham o drama das netas adolescentes sem absorventes.
Mourão já tem seu slogan para senador pelo Rio Grande do Sul.
“Eu não posso usar o meu Viagra, pô?”
Já está eleito. Era o que estava faltando. Já tivemos defensores da educação, da agricultura familiar, dos trabalhadores, dos estudantes, das mulheres, dos gays, dos negros, dos índios, dos aposentados.
Temos agora a bandeira do Viagra para os velhinhos, mas só os velhinhos da turma do Bolsonaro e se forem fardados.
Por isso também somos modelo de posições esdrúxulas a toda Terra.
E o Rio Grande do Sul já teve um senador chamado Alberto Pasqualini.