OS ZUMBIS DO BOLSONARISMO ATACAM PESQUISADORES

Chegará o dia em que fugiremos do bolsonarismo como os vivos fogem dos zumbis na série The Walking Dead. Não é engraçado. A reportagem do Vinicius Torres Freire hoje na Folha aborda um cenário de terror que se espalha por algumas cidades.

Vinicius descreve as perseguições e agressões às equipes que realizam a pesquisa de testagem do coronavírus em cidades de todo porte em várias regiões. Os pesquisadores são cercados, presos e em alguns casos até expulsos da cidade.

O bolsonarismo de campo, esse de luta nas ruas, de carreatas da morte, esse bolsonarismo mais agressivo e fisicamente ostensivo se transformou numa cachorrada sem controle.

Não há explicação que enquadre o que acontece nesses casos dentro do que seria razoável ou normal. Nada disso é aceitável, nem como exceção.

Não são apenas gestos que eventualmente podem confrontar a ignorância com aquilo que os ignorantes não conseguem decifrar. É mais do que isso, é mais do que estranhamento com a ciência. São atitudes criminosas incentivadas pelo discurso da extrema direita.

Vinicius relembra que o estudo, a partir da coleta de sangue das pessoas, feito aleatoriamente de casa em casa, pretende testar mais de 33 mil pessoas em 133 cidades, em todos os Estados.

Com a coordenação da Universidade Federal de Pelotas, tem o objetivo de estimar, por amostragem, quantos brasileiros já foram infectados pelo novo coronavírus.

É dessa pesquisa que vai depender o melhor planejamento do combate à doença. O Brasil está atrasado nessa testagem.

Pois em vários municípios o material de testes foi destruído, e as equipes tiveram de abandonar a cidade e desistir da pesquisa. Há casos em que (certamente sob o incentivo das “autoridades”, que se misturam também ao fundamentalismo religioso), a equipe e o material foram detidos pela polícia.

Em Rondonópolis, no Mato Grosso, os entrevistadores estão presos no hotel, esperando uma ordem do prefeito que os libere. Devem temer agressões físicas nas ruas.

Os pesquisadores acreditam que podem ter perdido pelo menos 8 mil amostras.

O objetivo dessa reação criminosa é impedir a racionalidade no combate à pandemia. Os negacionistas aliados a Bolsonaro refugam a pesquisa, porque a amostragem dará a real dimensão da peste no Brasil.

Há prefeitos que não querem que as equipes apareçam, e outros avisam que não garantem a segurança de ninguém.

Os milicianos do bolsonarismo esperaram a pandemia para atacar e treinar para o que farão mais adiante.

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