Para falar de Vargas Llosa
Vargas Llosa é o mais hipnótico de todos os narradores latino-americanos. O que nos puxa para dentro de um texto sem muito esforço, com maior leveza e envolvimento até do que García Márquez. É o que eu acho quando fico sabendo da sua morte.
Nos últimos anos, o Nobel só produziu literatura comum, o que não significa nada, porque não havia como ser genial sempre. Sua última grande obra é Peixe na Água, o livro de memórias. Depois, só coisas desimportantes em relação à sua produção anterior.
Peixe na Água começa contando como sua mãe grávida foi abandonada pelo marido. Seu sentimento em relação ao pai ocupa páginas e páginas do início do livro e tem um desfecho que não vou contar aqui.
Na metade dos anos 90, tive o desplante de puxar conversa com Llosa, ao final de um encontro em Porto Alegre com um grupo pequeno, umas 30 pessoas convidadas pelo empresário William Ling, que presidia o Instituto de Estudos Empresariais (IEE).
Eu queria saber o que ele pensava de José María Arguedas, outro grande escritor peruano, que havia se suicidado. Arguedas era um ‘primitivo’, não era pop e nunca teve reconhecimento entre os grandes.
Llosa me disse: pois estou escrevendo sobre Arguedas. Me falou do Arguedas que conhecera, recolhido e depressivo. E logo depois publicou Utopia Arcaica.
Dessa conversa, em pé, resultaram duas páginas que ofereci ao Juarez Fonseca, editor do Segundo Caderno. Llosa havia me fornecido, em poucos minutos, subsídios e inspiração para que eu escrevesse sobre Arguedas.
ZH compartilhou trechos do diário de suicida do peruano, que o jornal Versus publicara nos anos 80. Foi no Versus que conheci Arguedas, de quem li depois o comovente Rios Profundos, que me foi emprestado pelo amigo Marçal Alves Leite.
E há uns 10 anos, em Miraflores, o bairro onde ele cresceu (e que ocupa a melhor parte de Travessuras da Menina Má), vacilei entre ir e não ir até as ruínas do bar Catedral, que inspira e é título de um dos seus grandes livros.
Eu estava num hotel a uns três quilômetros do que restara do prédio, mas desisti. Já sabia, porque havia pesquisado antes da viagem a Lima, que não veria quase nada além de escombros, se é que ainda existiam.
Llosa foi um pensador liberal mediano, previsível, sem inventividade alguma, quando assumiu seu ativismo político (chegou a ser candidato a presidente e foi derrotado por Fujimori). Mas foi o que importa, um escritor genial.
Era o ÚLTIMO DOS MOICANOS. A literatura na América Latina está MORTINHA DA SILVA. No Brasil então, nem se fale. Basta ver a lista de membros da Academia Brasileira de Letras , que teve que recorrer a Gilberto Gil e Fernanda Montenegro para completar o quadro de 40 membros. O saudoso Millor Fernandes já dizia: “A Academia Brasileira de Letras é composta de 39 membros e um morto rotativo” kkkkkkkkkkkkkkk
Diante das BARBARIDADES ditas pelo BANQUEIRO Arminio Fraga, de deixar o salário mínimo sem aumento real por SEIS ANOS, é fundamental lembrar que esse RENTISTA, um dos arautos da esquerda globalista identitária e bilionária (George Soros jáfoi seu chefe), é um dos maiores doadores de campanha da Deputada TABATA AMARAL. Arminio Fraga não só doa dinheiro de campanha, mas usa suas tribunas para enaltecer e endeusar a namoradinha do João Campos, prefeito do Recife. TABATA AMARAL é cria política do BILIONÁRIO Jorge Paulo Lemmann, um dos acionistas majoritários da AMBEV e das Lojas Americanas. Precisa acrescentar algo ? Ah, sim, ela está sendo cotada para ser Ministra do governo Biden da Silva. Sem mais para o momento.
A literatura em língua portuguesa da latino-américa tem grandes nomes, que não fazem feio ante gênios como Cortazar, Borges, Llosa, Neruda e o maior deles, Garcia Marques. Graciliano Ramos, Euclides da Cunha, Ubaldo Ribeiro, Érico Veríssimo nos representam muito bem. Além de outros, que não ficam muito atrás, dependendo dos gostos de leitura de cadum.