Leão Serva deu uma cadeirada no jornalismo
Na condição de mediador, Leão Serva fez o que um jornalista nunca poderia fazer ao tirar do ar o debate de domingo na TV Cultura, no momento da cadeirada. E Serva é um grande jornalista.
No melhor momento, quando Datena jogou a cadeira em Pablo Marçal, o mediador pediu os comerciais, por favor. O mestre de cerimônias incorporou Flavio Cavalcanti e sabotou o jornalista.
Comerciais não deveriam se sobrepor ao jornalismo, naquelas circunstâncias, nem sob o ponto de vista do diretor comercial. A agressão não poderia ser mostrada? Em que manual está escrito que não?
O jornalismo dos púlpitos, falsamente cerimonioso, é diferente do jornalismo das guerras, das gangues e das baixarias da política?
Mesmo que a eleição em São Paulo, segundo Nunes, Datena, Tabata e Marçal, seja uma guerra de facções? Mesmo que a palavra bandido seja a mais repetida nos debates?
Os candidatos de direita se acusam desde o início da campanha, na base do você é mais facínora do que eu. Boulos disse no debate que só concorda com Nunes e Marçal quando um denuncia o outro por vínculos com traficantes.
Que manual de bons modos nos impede de ver o melhor momento na TV de uma guerra com várias facções infiltradas na política, se essa é, desde o começo dos tempos do bolsonarismo, a natureza da coisa?
O que não pode ser mostrado das podridões de direita e extrema direita da política brasileira, condensada no que acontece em São Paulo? Só a cadeirada?
Ao pedir os comerciais, Serva agiu com pudor em meio a um cenário geral em que o que menos existe é exatamente pudor. Serva tentou nos poupar do quê?
(Situações como essa acionam uma velha piada sobre os compartimentos do jornalismo. Um repórter da área de espetáculos de um jornal de Sorocaba foi cobrir o show de abertura da temporada de um grande circo na cidade. O circo pegou fogo e o repórter nem voltou para a redação. No outro dia, cobrado pelo chefe, explicou: não houve espetáculo, e ele era repórter de entretenimento, não cobria incêndios. Se não houve show, não havia notícia na área em que trabalhava. Serva nos impediu de ver a sequência do grande espetáculo da cadeirada na TV Cultura, porque cobria o debate, e não a violência que latejava e em certo momento se manifestou. E isso que a cadeirada foi coisa do circo do fascismo.)
Se a intenção era esconder o quebra-pau, deram com os burros n”agua. Os vídeos não param de circular.
Tv cultura, quem te viu, quem te vê, hoje não passa de uma emissora bajuladora de governantes de plantão q mantém no comando do roda-viva uma jornalista lava-jatista q já declarou q não convida Lula para uma entrevista enquanto ela estiver lá. Compreende-se facilmente a paupérrima linha editorial da emissora com esse tipo de comportamento reacionário e revanchista.
O Leão da Serva (kkkkkkk) foi bem mal nessa. Mas a TV Cultura parece haver lido este seu texto, Moisés, e já soltou no canal oficial da emissora no YouTube um vídeo de 6 minutos, mostrando a sequência dos fatos. Datena não apenas deu uma BANQUETADA, mas na sequência pegou a banqueta do Marçal e a atirou em sua direção. Foi uma banquetada e um arremesso de BANqueta. Esperemos que a polícia civil e o Ministério Público cumpram a sua tarefa de tipificar e denunciar Datena criminalmente. Sugestão para os próximos debates: que os candidatos fiquem separados por vidros à prova de bala.
Você é idiota, Moisés?
Pois é, agora que me lembraram que esse Leão da Serva foi aquele sujeito calmo, tranquilo, sereno, que num debate presidencial em 2022, ARRANCOU e tacou longe o celular do Deputado Estadual Douglas Garcia, que estava questionando a Vera Magalhães sobre o seu alto salário de datilografa da TV Cultura, à época do governo do AGRIPINO CALÇA APERTADA. Realmente um LORDE BRITÂNICO. Ninguém melhor para mediar um debate.