POR QUE UM ONCOLOGISTA?

O oncologista Nelson Teich, substituto de Luiz Henrique Mandetta, também parece ser bom de comunicação. Deixou boa impressão na primeira aparição pública ao lado de Bolsonaro. Falou com facilidade.

É provável que tenhamos mais um performático, com outro estilo, mais esquemático e com menos emoção. A pandemia também tem a capacidade de preparar surpresas.

Mas Teich vai mudar suas opiniões sobre o combate à pandemia, agora na condição de ministro? Sabe-se que o médico sempre defendeu o isolamento total e a testagem em massa da população.

Foi o que ele disse na primeira fala. Quer saber a extensão da doença com testagens, que foi tudo o que o Brasil não fez e pode ter sido a grande falha de Mandetta.

Teich também sempre atacou a teoria (defendida por Osmar Terra) de que o isolamento de idosos bastava.

Já escreveu e disse mais de uma vez que o isolamento apenas de idosos não adianta nada, porque o restante da população estaria circulando e contaminando todo mundo.

Ao lado do médico, Bolsonaro defendeu o emprego. E o novo ministro foi atrás. Na linha – que já era conhecida – de que não há confronto entre saúde e economia. “Não vai haver definição radical ou brusca. Saúde e economia não competem”. Tudo será gradual.

Mas a pergunta que mais se faz hoje é: um oncologista sem conhecimento de saúde pública dará conta do recado no que pode ser o pior momento da pandemia?

Por que um oncologista para substituir um médico que havia tido experiência com serviço público, mesmo que tenha fama de conspirar contra o SUS, o caso de Mandetta?

O primeiro time de Mandetta entendia de saúde pública, com infectologistas de renome. Por que agora um oncologista que entende de gestão da saúde, com especialização nessa área até na Inglaterra, mas somente no setor privado?

Quem gosta de metáforas para tentar entender a situação do Brasil já pode ir delirando. Mas a pergunta faz sentido: um oncologista é quem vai nos salvar de uma pandemia?

Que nos salve. É o que importa, mesmo com Bolsonaro trabalhando contra. Os oncologistas ajudam a salvar mais de 400 mil pessoas com câncer por ano no Brasil, quase todas curadas pelo SUS.

2 thoughts on “POR QUE UM ONCOLOGISTA?

  1. Bem… se ele é um eugenista como parece, pouco importa se ele é a favor do isolamento ou testagem. Afinal, nem se dará ao trabalho de testar idosos.

    Uma senhora (Regina Pussente), chamou-o de monstro no Facebook, pelo modo como ele tratou sua mãe idosa, que estava em estado terminal.

  2. E a propósito: se ele fosse realmente médico, ele ainda seria. Ele só se formou em medicina para descobrir que essa não era sua praia.

    Para mim, um médico que troca sua especialidade por Gestão de Saúde, só pode ser um médico medíocre.

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