PRECISAMOS SABER QUANTO VALE A VAGA PARA O SUPREMO

Bolsonaro foi interrompido no meio daquela que poderia ter sido a frase que iria acabar com seu mandato. Nunca ficaremos sabendo, pela voz do genocida, quanto vale uma vaga para o Supremo.

A frase incompleta estava sendo formulada, como pergunta e com muita ênfase pelo sujeito. Tanta ênfase que ele faz a pergunta, no intervalo de uma live, e pede atenção de quem está na sala para repeti-la.

– Quanto acha que vale a vaga para o Supremo Tribu…

Era na pausa de uma entrevista para a Jovem Pan, na quarta-feira. Mas continuaram gravando e no ar.

Alguém que está sala avisa que estão gravando, e Bolsonaro faz uma cara de tiozão flagrado falando mal da cunhada no churrasco da família.

Aconteceu na quarta-feira, mas não é assunto encerrado. A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia protocolou hoje uma interpelação judicial no Supremo.

Bolsonaro deve dizer o que sabe sobre a compra de vagas no Supremo. Claro que o homem vai dizer que não sabe nada, ou talvez nem responda.

A dúvida que carregaremos é esta: o que ele iria dizer mais adiante? Que besteira sairia da boca de Bolsonaro sobre o valor de uma vaga no STF?

Ele falaria de valores, de pressões, de concessões, de manobras? Bolsonaro sugeriu que uma vaga tem seu preço.

O cara que alertou que a câmera estava ligada e ao vivo, mesmo no intervalo, nos deve esta. Ficamos com uma frase pela metade.

Abaixo, para quem não viu, o vídeo com o tio que já não consegue mais nem prender a atenção da claque que está em volta dele.

https://youtu.be/rG0rI0RxA7g

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O FILHO
Foi frouxa a manifestação de Tite sobre a decisão do seu filho, Matheus, de curtir a postagem homofóbica do jogador de vôlei Mauricio Souza.

Matheus é o auxiliar do pai na seleção, tem uma função que equivale à de um servidor público, pela importância que a seleção ainda tenta ter como símbolo nacional, apesar de sequestrada pelo bolsonarismo.

Tite disse na coletiva, ao convocar a seleção para o jogo contra a Colômbia:

– Sou pai do Matheus, vou colocar minha posição. Todo
preconceito em termos não deve existir, em termos de cor, sexo, raça. Pode ser olhado o manifesto da CBF sobre isso. Estamos em um processo de igualdade na sociedade.

É pouco, é protocolar demais. Como é quase nada a nota em que a CBF diz que Matheus admite ter errado ao apertar o botão e curtir o texto criminoso do jogador de vôlei.

Errou como, cara pálida? O filho de Tite vai para o purgatório do futebol, que é cruel. Talvez não dure muito.

(Matheus fez o que Cléber Xavier, o principal auxiliar técnico de Tite, não faria, sob hipótese alguma. Cléber é frequentador da Confraria da Praça Nova – Grupo Antifascista, de Alegrete.)

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MENSAGENS DA PANDEMIA
A vida e a morte enviando sinais. Quando o que mais se diz no momento é que Augusto Aras vai engavetar as denúncias contra Bolsonaro, apresentadas pela CPI, morre o engavetador-geral da República.

O ex-chefe da Procuradoria-Geral Geraldo Brindeiro, o Aras de Fernando Henrique, engavetou tudo o que podia engavetar para proteger o governo.

Morreu aos 74 anos. E, para que os sinais sejam completos, morreu de Covid-19, quando não se sabe se os criminosos da pandemia serão denunciados pelo procurador-geral.

E o que, afinal, Brindeiro fez de importante? O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Ubiratan Cazetta, diz que o procurador será lembrado porque na sua gestão foi construída a atual sede da Procuradoria-Geral da República em Brasília.

Um ex-procurador-geral morre e passa a ser lembrado não por suas ações como defensor das coisas da República, mas como o gestor que construiu um prédio. É ruim.

E como iremos nos lembrar de Augusto Aras mais adiante, se nem prédio ele precisa construir?

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OS SEM-VACINA
Reportagem de Jenifer Goulart em Zero Hora mostra que há 295 policiais no Rio Grande do Sul que se negam a se vacinar.

São 262 PMs e 33 policiais civis. A proporção, em relação aos contingentes de cada uma das corporações, é de três PMs para um policial civil.

Quem usa farda está no grupo mais refratário. Seria bom saber a motivação de cada um.

Mas todos continuam trabalhando normalmente, inclusive em contato com as pessoas com as quais interagem.

Não há uma lei que os obrigue a se vacinar.

A pergunta é: como esses policiais entram em locais onde é exigido o passaporte da vacina? Ou ficam do lado de fora? E nas repartições em que têm contato com público externo?

E o que pensa a grande maioria de colegas vacinados que convive com os sem-vacina?

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