PRODUTO NACIONAL

O Brasil branco, racista, fascista, homofóbico, armamentista, que mistura a Avenida Paulista com grileiros e jagunços da Amazônia, deve discordar de Rodrigo Maia quando ele diz que Bolsonaro é “produto dos nossos erros”.
Esse Brasil arcaico, que sempre explorou medos e ignorâncias, deve achar que Bolsonaro é na verdade a criatura perfeita. Bolsonaro não é um erro, mas um acerto.
Bolsonaro não resultou de trama internacional. Mas nós negamos o que ele de fato é, a revelação de um caráter coletivo que apenas esperava uma voz e alguém que a representasse.
Já dá pra parar com essa história de que Bolsonaro é um doente, um insano. Ele é o que a maioria do Brasil desejou ser naquele momento, por interesse dos ricos que sustentaram seu projeto.
E os pobres? Os pobres decidiram que deixariam de ser pobres agindo e votando como se fossem ricos, ao lado de uma classe média desorientada, decadente e ressentida.
Trump apenas se aproveita agora de Bolsonaro. Mas não foi Trump quem inventou o que seria o produto dos nosso erros.
Desistam de tentar atribuir a existência de Bolsonaro às complexas conspirações mundiais. Bolsonaro foi criado por nossos parentes, colegas de trabalho, amigos, vizinhos, por gente que conhecemos.
Essa tese do Bolsonaro como criatura mundial é autoindulgente, é uma tentativa de transferir culpas, como aconteceu com o golpe contra Dilma.
Bolsonaro é um genuíno produto nacional, com um manual que nem seus criadores entendem direito e sem garantia

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