Que reciclem os prefeitos

É cruel demais a insistência da prefeitura de Porto Alegre em tirar os catadores das ruas, porque a lei assim determina. E sempre com o argumento de que um dia eles terão de se ‘inserir’ em outras atividades.

O que dizem é que, ao invés de catar lixo para reciclagem, os catadores é que devem ser reciclados em algum curso que os encaminhe logo para outra vida. Logo? Mas que curso? Mas que vida? Que história maluca é essa?

Reciclar como, onde e para que mercado? Não há mercado para domésticas, engenheiros, manicures, pedreiros, eletricistas, professores, arquitetos. Haverá mercado, em meio à maior crise do país, para ex-catadores que sempre foram catadores?

Além de cruel, a determinação é burra, pelas circunstâncias, pela realidade do país e porque vai empurrar os catadores e suas famílias para a miséria total e dali, quem sabe, para a impossibilidade de sobrevivência e para a criminalidade.

Os políticos agem nesse caso como se estivessem na Europa. Seria fácil reciclar catadores em Bruxelas. O Brasil precisa é reciclar alguns prefeitos, vereadores e assemelhados.

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