QUEM VAI ENCARAR O DESAFIO DE LULA?
A fala de Lula no Sete de Setembro foi quase um assombro, algo com começo, meio e fim, com ideias e coerência, num país desacostumado com esse tipo de reflexão.
Bolsonaro rebaixou tanto a política que quase normalizou a bobagem, a agressividade e a incapacidade de pensar sobre o óbvio.
Aí Lula aparece e mostra com a clareza de sempre o que acontece com o Brasil desde o golpe de agosto de 2016, com a destruição da estrutura pública, da saúde e do ensino, a militarização, a submissão aos interesses americanos, a tentação das aventuras militares contra inimigos imaginários.
Foi uma fala para dizer que é possível voltar a governar com sensatez. Lula se dispõe a lutar pela igualdade e pelo pluralismo ao lado do povo, uma palavra que desapareceu das falas de quem está no poder.
Falou das liberdades, da democracia, da soberania e da preservação do que é nosso e assumiu compromissos que já devem preocupar muita gente.
Lula não aceita os chamados pactos “pelo alto”, com as elites.
Não admite que os trabalhadores paguem a conta dos acertos políticos feitos no andar de cima.
Não aceita e não subscreve qualquer solução que não tenha a participação efetiva dos trabalhadores.
Não participa de acordos em que o povo seja mero coadjuvante.
Não abre mão da ideia de que a luta pela igualdade social passa pela tributação das rendas e das fortunas dos ricos.
São posições encadeadas, quase repetitivas, mas que devem mesmo ser reforçadas pela redundância.
É aqui que Lula se revela como em nenhum outro depoimento desde a libertação. Lula radicaliza suas posições e caminha para a esquerda como talvez nunca tenha andado antes.
Presumidos parceiros ao centro e à esquerda, que o esperam na esquina para compartilhar um projeto de resgate do país, foram desafiados por compromissos que não são para qualquer um.
O diagnóstico que Lula faz da crise criada pelo golpe e que levou Bolsonaro ao poder não chega a apresentar novidades. Nem a avaliação dos desmandos do governo militarizado e entreguista.
O melhor da sua fala é o que ele propõe mais adiante, como lastro de conduta do que é possível ser feito. E o que Lula propõe não é uma caminhada para frouxos.
é isso, Moisés. ele é grande sempre. está difícil aguentar gente de esquerda dizendo que ele só quer holofotes. Lula não é pra qualquer um.
Também tive a mesma sensação.
E foi libertador ouvi-lo no meio da tarde. Quem tem vida e histÓRIA não se apaga.
Foi lula “raiz”! Importantissimo lutarmos PAra que adquira seus direitos politicos.