Rumo ao porvir
“Ele prepararia o caminho rumo ao porvir.”
Dá pra confiar num sujeito que escreve uma frase como esta? Em pleno século 21, alguém diz que o fulano pode salvar o Brasil e preparar o caminho rumo ao porvir.
O autor da frase é Xico Graziano, amigo íntimo e assessor há décadas de Fernando Henrique Cardoso (o “ele” da frase é FH). É mais um tentando imbecilizar o país com pregações bíblicas.
Preparando-se para o golpe dentro do golpe, Graziano escreveu em artigo na Folha de S. Paulo que FH é o melhor nome no caso de uma eleição indireta.
Se Dilma e Temer forem cassados pelo Tribunal Superior Eleitoral no ano que vem, o Congresso, como manda a Constituição, elegeria um presidente-tampão. E o nome de FH está nas melhores vitrines dos golpistas que pretendem aplicar outro golpe na turma do Jaburu.
E segue o seu Graziano: “FH representa a decência na vida pública. Esse é o maior desejo do brasileiro. Viver num país com civilidade, honestidade, princípios”.
E tem mais: “Um país tolerante, respeitoso, diverso, unido na defesa da cidadania”.
É muita bobagem numa hora grave. É mais um texto de auto-ajuda da direita, que teve a reação esperada de Fernando Henrique. Como estava tudo combinado (escreve o artigo e eu vou lá e digo depois que não é bem assim), FH largou uma nota dizendo que “jamais cogitou da hipótese de ser candidato em 2018”.
O que diz FH: “Minha posição é conhecida: nas circunstâncias, o melhor para o Brasil é que o atual governo leve avante as reformas necessárias e que em 2018 possamos escolher líderes à altura dos desafios do País. Precisamos superar a crise financeira para criar empregos e para que o povo viva em uma sociedade próspera e decente”.
O golpe não para. Atiraram o verde. Se colar, colou. E FH volta nos braços do segundo golpe. Alguém pode se perguntar: mas como FH seria eleito? O PMDB, que adora golpear e ser golpeado, deve estar pronto para cair na conversa dos tucanos. FH seria o nome de consenso das direitas para preparar o porvir.
Por favor.
