Se ninguém pega Allan dos Santos nos EUA, quem vai pegar os manés na Argentina?
A Polícia Federal já capturou 49 dos 208 manés condenados pelo 8 de janeiro e que estão foragidos. A maioria dos ainda sumidos está fora do país.
A PF vai conseguir pegar o resto? A Justiça conseguirá a ajuda do governo argentino, onde estariam pelo menos 60 dos que saíram daqui, depois de romperem as tornozeleiras e atravessarem a fronteira?
Primeiro, vamos lembrar que o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos é foragido da Justiça brasileira desde outubro de 2021, quando Alexandre de Moraes determinou sua prisão preventiva.
O influencer está nos Estados Unidos. É investigado em dois inquéritos por produção e propagação de fake news e por ataques a ministros do Supremo.
O pedido de extradição encaminhado às autoridades americanas dorme numa gaveta do sistema de Justiça dos Estados Unidos. Se Allan dos Santos, que continua atacando Moraes nas redes, está sob a proteção da letargia americana, que chance o Brasil teria de extraditar os manés refugiados na Argentina?
Hoje, não há chance alguma. O UOL já localizou um foragido, definido como ‘vendedor’ e que se chama Luiz Fernandes Venâncio. Assume que fugiu e mora em Buenos Aires.
Mas a ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, já informou que não sabe de ninguém nessa situação no país. Mesmo que três deputados da extrema direita (Eduardo Bolsonaro, Júlia Zanatta e Marcel Van Hattem) tenham viajado à Argentina na semana passada só para pedir asilo aos foragidos.
Para que os fugidos sejam recambiados, é preciso de sejam localizados, mas só se houver cooperação interna dos próprios argentinos. Qual o interesse do fascista Javier Milei de localizar a extraditar os condenados?
Os argentinos teriam que investigar, localizar, prender e, sob determinação da Justiça, extraditar os manés. Hoje, tudo isso é tão provável quanto o desembarque de Allan dos Santos amanhã no Brasil para se entregar a Alexandre de Moraes.
Pelo andar da carruagem, pela confluência de acontecimentos, logo o mundo estará experimentando o que aconteceu nas décadas de 1930/1940, mas com muito mais intensidade, porque a origem do fascismo não se restringirá a dois países, assim como a maldade será exercida por muito mais pessoas.
A extrema-direita tem se estruturado em muitos países, consolidando leis que a favorecem e arregimentando muitos adeptos com o uso maciço e direcionado de propaganda.
Se são “manés”, por que condenar “manés” a penas que variam de 13 a 17 anos de reclusão ? Ou seja, a penas maiores a aplicadas a assaltantes à mão armada, estupradores, traficantes de drogas, e até HOMICIDAS ? São presos políticos, todo mundo sabe disso. Quanto ao Allan dos Santos, que nunca foi condenado por crime algum, nos Estados Unidos ninguém pode ser preso por MANIFESTAR o pensamento, diferentemente de algumas republiquetas bananeiras da América Latina. Por esta simples razão ele jamais será extraditado.