SOB VIOLENTA EMOÇÃO

Bolsonaro não sai da alça de mira da Folha e do Globo. O Globo tem em manchete a entrevista com Rodrigo Maia detonando o governo. Falta projeto e comando, o tal pacto é uma invenção de Bolsonaro com Onyx Lorenzoni e a reforma da previdência não vai resolver o desastre da economia.

No mesmo Globo, uma reportagem em que Sergio Moro é empurrado para um canto da política, como personagem comum, sujeito aos arranjos de Brasília. Moro passa a ser apenas mais um.
E a Folha diz em editorial que o Coaf ficou no lugar certo, no Ministério da Economia, porque sua transferência para a Justiça “representaria excesso de poder para Sergio Moro e risco para sua credibilidade”. O jornal insinua que Moro poderia usar o Coaf como arma política, quando afirma que “o órgão sempre atuou com independência e transferência”.

O Estadão já havia dito, também em editorial, que uma das poucas boas notícias desse governo era a permanência do Coaf onde estava. E escreveu claramente que Moro estava tentando aparelhar um órgão de fiscalização: “Seja lá qual tenha sido a verdadeira motivação dos políticos que derrotaram o governo nessa votação (do Coaf), o resultado é um bem-vindo freio no ímpeto de transformar parte do Estado em aparelho da Lava-Jato”.

Está evidente que, além de Bolsonaro, o ex-juiz entrou na mira dos atirados de elite da grande imprensa. A Globo como grupo, na TV e no jornal, e a Folha estão fazendo o que o bolsonarismo determina como metáfora e como recomendação para a vida real. Os jornais estão atirando para derrubar o que se mexer no governo que consideram inimigo.

Eles podem alegar que têm o atenuante de que já está agindo sob violenta emoção dos próprios jornais, do empresariado e de parte expressiva do que seria a base política do bolsonarismo no Congresso.

Pensando no médio prazo, Doria Júnior e Luciano Huck podem ser alternativas menos complicadas como apostas da direita no futuro. Sergio Moro mistura revólveres, balas e cigarros com o combate à corrupção. E combater a corrupção é o que todo mundo quer, desde que seja contra a esquerda.

Sergio Moro está descobrindo, talvez tardiamente, que Brasília não é a moleza de uma vara especial, com poderes especiais e café especial em Curitiba.

O ex-juiz deveria se dedicar unicamente a partir de agora à sua mega sena no Supremo, se é que entendeu o recado de Bolsonaro de que o próximo ministro será um evangélico. Pode ser a hora da conversão.

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