TÊM MEDO DOS CHEFES DO QUEIROZ?

A Lava-Jato deixou o jornalismo preguiçoso. Tudo o que se soube das investigações, das acusações e das deliberações de Sergio Moro saiu dos corredores do MP e do Judiciário exibicionista de Curitiba.
Contando com delações e vazamentos, os jornalistas comeram pelas mãos do juiz e de Deltan Dallagnol. Alguns chegaram ao desplante de classificar as notícias como resultado de jornalismo investigativo.
Era tudo jornalismo de compadrio, de bajulação mesmo, para ter acesso a informações que interessavam aos protagonistas da caçada a Lula e ao PT.
É parecido com o que acontece agora no caso do motorista Fabrício Queiroz. Minha amiga Christina Brentano perguntou hoje aqui no perfil dela: onde anda o Queiroz? Meu parceiro da Confraria do Alegrete Rui Fabres faz a mesma indagação todos os dias.
E tudo o que sabemos do Queiroz foi o que o Coaf deu de mão beijada para o Estadão e a Globo: as listas com as movimentações financeiras na conta do motorista, a partir de depósitos de ‘assessores’ de Flavio Bolsonaro e do depósito feito por ele na conta da mulher do Bolsonaro pai.
Nada mais se sabe do Queiroz, porque o Coaf e o MP não forneceram mais nada aos jornais. Depois de Queiroz dizer que estava doente (e o Ministério Público confirmar), os jornais largaram o assunto.
Se for assim, se polícia, MP e imprensa forem largar investigações sobre suspeitas de formação de quadrilha porque um dos integrantes da gangue está doente, em muitos casos não haverá investigação.
Mas não deve ser porque Queiroz está doente que o jornalismo abandonou o assunto. Nem porque as redações estão com preguiça. Talvez seja porque falta vontade do comando dos jornais para mobilizar seus repórteres.
Parece que o jornalismo se assustou diante da reação dos Bolsonaros ao caso do Queiroz. Se não está assustado, chegou a hora de reagir.
Se deixarem o caso do Queiroz morrer, a culpa não terá sido apenas do Ministério Público que tem paciência com suspeitos doentes, dependendo, é claro, do suspeito. Terá sido muito mais da imprensa que parece ter receio das reações mais fortes dos Bolsonaros.

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