VAI LÁ, DALLAGNOL

Deltan Dallagnol poderá virar chefe da Procuradoria-Geral da República. Se Sergio Moro rejeitava Bolsonaro até em aeroportos (tem aquela famosa cena em que ele se recusa a cumprimentar o sujeito) e virou ministro da Justiça, agora pode ser a vez de Dallagnol.

Em 2016, o procurador se negou a ir a um evento em que receberia um lindo prêmio ao lado de Bolsonaro e do que ele definia como “outros radicais de direita”, como mostram mensagens reveladas hoje pelo UOL, do grupo Folha. Bolsonaro seria um perigo para a imagem do procurador isentão.

Dallagnol sabe que Moro também esnobava Bolsonaro, para sugerir independência, e virou ministro. E que só sobrevive hoje graças à proteção do ex-esnobado.

Sem Bolsonaro, Moro estaria na sarjeta, abandonado que foi pela grande imprensa e pelos empresários.

Resta a Sergio Moro buscar refúgio nos juristas evangélicos e na base bolsonarista. Moro é hoje dependente do lastro político que se sustenta na retórica e nas ações dos milicianos.

Dallagnol, que ontem foi cercado por todos os lados pelo Conselho Nacional do Ministério Público, tem a chance de se aproximar de Bolsonaro e tentar se salvar. O próprio Bolsonaro o chamou para uma conversa sobre a vaga que será aberta com o fim do mandato de Raquel Dodge.

É só dar uma explicação qualquer sobre a decisão de não estar ao seu lado na festa de uma entidade da direita.
Moro, para se desculpar do episódio no aeroporto, quando deixou Bolsonaro sem saber o que fazer, disse que não o reconheceu.

Dallagnol pode dizer que mudou muito e que não é mais, como Bolsonaro disse esses dias, um esquerdista infiltrado na Lava-Jato de Sergio Moro.

Vai lá, Dallagnol. Faz um powerpoint explicando tuas posições. Reencontra a tua turma, Dallagnol.

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