Ziraldo
Falei da Jornada de Literatura de Passo Fundo ontem e hoje conto duas historinhas sobre Ziraldo.
Ziraldo e outros convidados estavam sentados na primeira fileira do circo, onde aconteciam debates e palestras, e uma moça da organização os alertou:
– Esta primeira fila é para surdos-mudos.
Ziraldo fingia não ouvia e não entendia. A moça repetia e ele colocava a mão no ouvido, gesticulava e emitia sons incompreensíveis.
Todos riram, inclusive a moça e o pessoal que estava logo atrás à espera das cadeiras que eram deles. Isso foi em 2001. Mesmo com o Ziraldo, não sei se aconteceria do mesmo jeito hoje.
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A outra historinha. Ziraldo participava de um debate e logo depois estaria na sessão de autógrafos.
Era noite e Ziraldo alertou pelo microfone, em tom sério:
– As crianças não estão mais aqui. Então peço que adultos, professoras etc não me apareçam com agendas e pedaço de papel de pão para eu autografar. Só autografo livro.
Foi para a sessão, ao lado da mesa de Martha Medeiros. A fila de Martha dava voltas no circo. Na fila de Ziraldo, pingavam de vez em quando algumas pessoas.
O gênio ria do próprio fracasso e se divertia.