Sem medo
Conheço um monte de gente de Porto Alegre que não faria o que fez o dono do restaurante de Belo Horizonte do já famoso prato decorado oferecido à presidenta Dilma Rousseff.
Todos sabem que Dilma recebeu na semana passada o prato da sobremesa com a frase “Sempre nossa presidenta”. O assunto bombou nas redes. O dono apareceu agora dizendo que não teve nada com aquilo.
Saltou fora e atribuiu a surpresa ao gesto “impensado” de um funcionário. É direito do dono assustado. Pode ter sofrido pressão.
Mas a direita já não impõe o terror a donos de bares, restaurantes e outros lugares como fez até pouco tempo.
Escrevi esses dias que aqui em Porto Alegre eu já participei de eventos em muitos locais abertos a conversas sobre política. E conversas de gente de esquerda.
É uma postura de compromisso com a democracia e de certa valentia. Porque a direita sempre achou que só ela poderia ocupar qualquer espaço para pregar golpes.
Muitos temiam essa direita feroz e não cediam seus espaços ao PT e a outros partidos. Não temem mais.
Outros lugares nunca temeram. Vou citar três desses espaços consagrados de resistência nos quais estive com os deputados Henrique Fontana, Maria do Rosário e Paulo Pimenta e com o pré-candidato a deputado federal Claudir Nespolo.
Estivemos no Parangolé, na Lima e Silva. Obrigado, Claudio e Marta. Conversamos sobre o golpe no Espaço 900, da José do Patrocínio. Obrigado, Thiago. E reunimos uma roda de amigos no Café Nossa Cara, na Felipe Camarão. Obrigado, Margarete, Leila e Silvana.
São redutos que combinam comida, café, bebida, música, arte, diversidade e livre debate. São espaços democráticos. A direita não tem nada parecido.
Vou divulgar aqui regularmente outros lugares com esse perfil (vou preparar uma lista). E quem quiser pode mandar outros nomes.
Em todos, Dilma pode aparecer numa boa que nenhum dono vai sair se explicando por causa de um prato docemente de esquerda.