O golpe que não é golpe

1. Maduro pode ser derrubado a qualquer momento, mas não será golpe, segundo os jornais. Será um levante pela democracia. Golpe é o que aconteceria no Brasil se Mourão derrubasse Bolsonaro, como têm insinuado os próprios filhos de Bolsonaro. 2. Muito interessante a declaração do cientista político americano Ian Bremmer hoje na Folha. Segundo ele,

Se o fundamentalismo bolsonarista levar adiante o projeto de destruição da universidade pública e se os estudantes (mais do que os professores) não reagirem, é porque merecemos essa destruição. Sem a vitalidade dos estudantes, estaremos todos condenados.

Os retratos

Imagino a cena dos ladrões de fotos do Restaurante Copacabana. Uma turma de fascistas sorrateiros tirando os retratos de Lula, Pont, Olívio e Villaverde das paredes e enfiando em bolsas que trouxeram de casa. Mas os fascistas enfrentam um dilema moral irrecuperável. Nenhum deles colocaria uma foto do Bolsonaro em algum lugar público que frequente.

Na Espanha, a esquerda deu mais um drible na direita que se diz de centro, apesar do crescimento da extrema direita. Por quanto tempo a direita extremada ficará no poder no Brasil? E por quanto tempo aguentaremos a direita dissimulada, que se nega a assumir sua porção bolsonarista, no governo do Estado e em Porto

Mais uma

Bolsonaro disse que iria censurar a propaganda do Banco do Brasil porque feria seus princípios morais. Teve de recuar, porque um banco estatal não precisa obedecer (nem deve) os princípios subjetivos e transitórios de quem está no poder. Hoje, disse que o presidente do mesmo banco deveria reduzir os juros para os fazendeiros. O próprio

Matanças

Qual é a participação do ex-juiz Sergio Moro na ideia de Bolsonaro de que os fazendeiros poderão atirar em quem aparecer em suas terras como ameaça. Moro é o pai da ideia de que o policial pode atirar e matar se sentir medo ou se estiver surpreso ou sob forte emoção. Mais uma vez, essa

O desautorizador

Tudo que Bolsonaro faz é desautorizar os outros. Ele não toma a iniciativa, não resolve nada, não defende nem a reforma da Previdência. Mas desautoriza quem diz alguma coisa, desautoriza quem fez o anúncio do Banco do Brasil, desautoriza ministros. E agora há pouco desautorizou o secretário da Receita, que anunciou na Folha um imposto

O dízimo

Um aviso aos religiosos que elegeram Bolsonaro. Está em estudos no governo uma nova contribuição previdenciária de 0,9% sobre todas as transações financeiras. Os religiosos vão ficar felizes porque a novidade pegaria, como garante o secretário da Receita, Marcos Cintra, até os contrabandistas. Mas ele mesmo diz que pegaria também o dízimo que é pago