A CONFISSÃO DE BOLSONARO

Para atacar o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, Bolsonaro atacou a memória de uma das vítimas da ditadura. Fernando Augusto Santa Cruz de Oliveira, pai de Felipe, desapareceu em 1974, depois de ter sido preso por agentes do DOI-CODI.
Bolsonaro mandou esse recado ao presidente da OAB: “Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Conto pra ele.”
Não vai contar. Porque os matadores dos que combatiam a ditadura nunca contaram nada sobre seus crimes. Nem seus cúmplices.
Bolsonaro produziu uma armadilha contra ele mesmo. Bolsonaro sabe muito bem por que o pai do presidente da OAB desapareceu. Sabe dos crimes. Sabe quem foram os ajudantes de Brilhante Ustra.
Sabe dos desaparecimentos, das perseguições, das torturas e dos assassinatos. Tanto que homenageia torturadores. Por isso mesmo não vai contar nada.
Bolsonaro não tinha nem idade para participar do desaparecimento do estudante em 1974. Mas confessa que sabe o que aconteceu, porque sempre foi amigo e parceiro dos repressores.
Num país sério, seria obrigado a contar o que sabe. No Uruguai, na Argentina e no Chile, ele seria convocado a dizer.
Aqui os torturadores e assassinos estão soltos, e seus admiradores, cúmplices e seguidores chegaram ao poder.

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