NINGUÉM QUER SABER DESTE HOMEM

Completa dois meses hoje a reportagem que a Folha de S. Paulo publicou sobre o advogado Rodrigo Tacla Duran, réu da Lava-Jato e foragido na Espanha.

Duran trabalhou para a Odebrecht. A jornalista Monica Bergamo teve acesso a textos que Duran escreveu para um livro. O advogado conta que um amigo de Sergio Moro e padrinho de casamento do juiz, o também advogado Carlos Zucolotto Junior, negociava acordos de delação no mercado paralelo de Curitiba.

Somente a Folha e sites de fora da grande imprensa noticiaram o fato. Ninguém mais deu bola para a denúncia de Duran. Os advogados da defesa de Lula solicitaram ao juiz Sergio Moro que Duran fosse testemunha de defesa do ex-presidente.

Moro sentiu a armadilha e rejeitou o pedido, até porque o juiz rejeita tudo que venha de Lula. E Duran foi seu réu em Curitiba no processo por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Logo depois da reportagem da Folha, a revista Veja publicou que o escritório de Zucolotto no Paraná foi correspondente do escritório de Duran na cidade, ou seja, prestava serviços a Duran.

A advogada Rosângela Moro, mulher do juiz, era sócia de Zucolotto e nesta condição recebeu, segundo apurou a revista, pagamentos feitos pelo escritório de Duran.

Para informar sobre os pagamentos, Veja se baseia em informações da Receita Federal, que teriam sido omitidas pelo Ministério Público em processo que corre em Curitiba.

Mas ninguém mais falou mais nada de nenhum desses assuntos. A imprensa brasileira não quer saber de Duran, que teria se transformado em delator na Espanha. Por que o advogado, que saberia como funcionava o mercado de delações em Curitiba, foi esquecido? Deixem que as perguntas respondam.

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