O desconforto do procurador

O momento mais constrangedor da sabatina de Paulo Gonet no Senado foi quando o procurador se encolheu diante de perguntas do senador Fabiano Contarato.

O senador queria saber, entre outras, a posição do candidato à PGR sobre casamento homoafetivo e a adoção de crianças por casais homoafetivos.

O desconforto de Gonet foi terrível. O procurador não conseguiu ser categórico na defesa do casamento e da adoção.

Fez voltas, enrolou e disse apenas que são situações regradas pela lei e que ele “não teria interesse de agir de modo contrário”.

E continuou enrolando para dizer que seria injusto que essas relações não fossem reconhecidas.

Em nenhum momento Gonet disse: eu reconheço, eu respeito, eu tenho apreço por casais homoafetivos e a adoção de crianças por casais homoafetivos.

Por que não disse? Porque teme a patrulha da extrema direita neopentecostal. Lembrando que Fabiano Contarato vive uma união homoafetiva e é pai de duas crianças adotadas pelo casal.

Abaixo, a segunda resposta que Gonet deu ao senador, depois de se negar a responder à primeira pergunta de Contarato sobre sua posição:

“Seria tremendamente injusto que duas pessoas que vivem em conjunto, que vivem juntas, que vivem como se fosse uma unidade familiar, não tivessem nenhum reconhecimento desse fato, diante de uma separação, não tivesse nenhuma regra do Estado para protegê-los. E mais, acho que o amor que a vossa excelência e a pessoa com que a vossa excelência está casado têm pelos seus filhos é algo que com certeza merece a admiração da cidadania”.

É uma resposta enviesada, encabulada, constrangida, que trata, logo no começo, do direito de uma das partes diante de uma separação, que não estava na pergunta do senador.

Paulo Gonet provou, em vários momentos da sabatina, que é um conservador. Devemos estar preparados para sua gestão na PGR.

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POBRE MINAS
Minas já teve conservadores no Senado do tamanho de Milton Campos, Magalhães Pinto, José Alencar, Francelino Pereira, Eliseu Resende.

O representante da direita mineira hoje é o senador Cleitinho (Republicanos), que se mostrou hoje, na sabatina de Flavio Dino, como uma das figuras mais grotescas do Congresso.

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MIM
Na sabatina de Flavio Dino e Paulo Gonet, Sergio Moro defendeu que uma mulher deveria ter sido indicada por Lula no lugar do ministro da Justiça para o Supremo.

Mas evitou dizer que mim acha que Lula é machista.

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AH, BOM
Eduardo Girão disse no Senado que considera Flavio Dino muito inteligente.

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