O homem sem ideias

Já ouvi muitas tentativas de explicação para a debandada de assessores do primeiro time do gestor de Porto Alegre. Tem uma que pouco aparece. É a explicação que o aponta como o tipo que se assusta com ideias alheias, principalmente se a ideia vier da própria equipe.
Todos nós conhecemos ‘líderes’ com esse perfil. Uma ideia para eles é sempre um problema, porque os submete à tentação da depreciação. Chefe inseguro quer sempre ser o dono das ideias. Podem por isso mesmo serem autoritários, mas são mesmo centralizadores fragilizados pela insegurança.
Se não conseguem se apropriar da ideia do outro, sob o argumento de que têm uma mente superior capaz de ‘aperfeiçoá-la’, a ideia estará condenada. Insegurança e vaidade se misturam para sepultar bons projetos e estressar grupos de trabalho.
O gestor que teme a concorrência da inteligência dos outros (não só dos adversários políticos, mas do próprio time) não está apenas no setor público. Está também nas empresas, onde o cara que exerce ‘liderança’ pelo comando sempre acha que alguém pode ser mais esperto do que ele. E isso não pode ser permitido.
Esse tipo de chefe vem proliferando nesses tempos de exacerbação dos egoísmos neoliberais. A pior coisa num trabalho de equipe é enfrentar os humores de quem não tem ideias e massacra as ideais dos outros, ou delas tenta se apoderar.
Um homem sem ideias pode se transformar num vampiro de ideais.

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