O que não temos

Tenho visto com frequência a TV argentina C5N pela internet. É outro padrão em relação às TVs brasileiras, é diferente, mas é na essência o que não temos aqui. Comecei vendo a cobertura das manifestações de rua de segunda-feira. Eles deram um show ao vivo.
Depois, passei a acompanhar o debate dos confrontos e a cobertura da votação da mudança no cálculo de correção de aposentadorias e pensões e da reforma tributária. Sempre com um pé atrás, porque não sei direito do que se trata e porque minhas certezas sobre o jornalismo da Argentina são estas: o Página 12 é o jornal de esquerda e os dois grandes jornais, o Clarín e o La Nacion, sempre fizeram o jogo da direita e da extrema direita. É simples assim. O resto é enrolação.
Pois tentei saber mais e me informar sobre a C5N, descobri que pertence a um grupo de empresários, não entendi direito do que se trata e fui em frente. O que sei é que fazem um jornalismo interessante, com agilidade, bancadas de debates e pluralidade. E também com entretenimento e o que chamamos aqui de ‘jornalismo popular’.
Ontem, assisti a uma reportagem sobre como grandes grupos se apropriaram das terras dos índios mapuches na Patagônia. Pegaram pesado com a Benetton, uma das invasoras, e mostraram como o presidente Macri (o modelo de neoliberal para os brasileiros) está ao lado dos grandes grileiros.
Foi o que vi até agora. Acho que o Brasil seria diferente se tivesse algo parecido, com um jornalismo que fosse de fato um contraponto à Globo e às demais TVs, que, aliás, esconderam tudo o que se passou na Argentina esta semana. Um contraponto à Globo e a todo o jornalismo de direita que se faz hoje como nunca se fez em tempo algum também no rádio e nos jornais.
Todos da grande imprensa, e não só a Globo, aderiram ao golpe, com algumas concessões para enganar desavisados.

http://www.tv-arg.com/2014/07/c5n-en-vivo.html

 

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