O SILÊNCIO DA CHEFE DO PROCURADOR

Sergio Moro agia como o chefe de Deltan Dallagnol na Lava-Jato, a ponto de participar das reuniões em que o procurador debatia as próximas etapas da operação com a Polícia Federal. É o que revelam as mensagens divulgadas hoje por Reinaldo Azevedo.
Mas Dallagnol tem uma chefia no Ministério Público Federal. Sua líder, a quem deve obediência hierárquica, é a procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Informaram hoje que amanhã, finalmente, ela se reúne em Brasília com o procurador e os outros integrantes da força-tarefa.
Mas por que Raquel Dodge não diz nada, nenhuma frase, sobre o escândalo das conversas entre seu subordinado e Sergio Moro? As mensagens são divulgadas há mais de mês.
Por que a procuradora-chefe recolhe-se ao constrangimento de ver um subordinado ser comandado por um juiz de primeira instância, no mais escandaloso conluio entre MP e Judiciário desde a ditadura?
Por que Raquel Dodge parece alheia a tudo que acontece, como se os delitos expostos pelas conversas devessem ser tratados apenas por Moro e Dallagnol?
Parece que Raquel Dodge acaba por admitir que o chefe de Dallagnol era mesmo Sergio Moro, ou que não quer se indispor com o juiz que ninguém ousou desafiar. O único que tentou, o ministro Teori Zavascki, está morto.

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