Os tucanos e os delegados
As conversas de Aécio com o delator da JBS e também as conversas grampeadas de Serra com Aécio, sobre formas de controle da Polícia Federal, são algumas das partes mais imundas das gravações, mesmo que seja difícil classificar o lixo dos grampos com as gangues da direita.
Aécio diz a Joesley Batista que o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, é um “bosta de um do caralho”.
Aécio fala então sobre a equipe de Serraglio na Justiça:
– Eles são tão bunda mole que eles não (têm) o cara que vai distribuir os inquéritos para o delegado. Você tem lá cem, sei lá, 2.000 delegados da Polícia Federal. Você tem que escolher dez caras, né?
Aécio queria a escolha política dos delegados, de acordo com os inquéritos da Lava-Jato.
E Serra, em telefonema, diz a Aécio que o bom mesmo é derrubar Serraglio da Justiça para colocar alguém “com força”.
Serra dá a entender que Serraglio não consegue gerir a crise dos tucanos na Polícia Federal. “Precisamos de um ministro da Justiça forte, viu Aécio?”
Forte como, cara-pálida? O forte aqui poderia ser substituído por fraco, controlável, ou do nosso lado, ou com mais peso político para segurar o que estava por vir.
As gravações denunciam o modo de agir da direita. Mas tanto Serra quanto Aécio continuam soltos.
