Os juízes, os tarados e o corporativismo
Já passei por muitos constrangimentos como jornalista, diante das posições de colegas que a se alinham com homofóbicos e racistas, por exemplo, enquanto escrevem textos fofos e, para completar, também gostam de se acomodar na trincheira de golpistas. Tudo, é claro, por meritocracia.
Mas não me lembro de ter passado pelo vexame de ver alguma entidade da minha categoria, uma associação ou um sindicato, defender pontos de vista reacionários e absurdos, em nome do corporativismo e de preciosismos formalistas, como aconteceu hoje com associações de juízes e promotores no episódio do tarado do ônibus que o juiz considerou apenas um contraventor.
As associações de juízes e promotores ajudaram, com o argumento da ‘atuação técnica’ e com o desprezo pela situação da vítima, a depreciar ainda mais a imagem de instituições desgraçadamente desqualificadas por atuações seletivas, por omissões e até por contribuições ao esforço do golpe de agosto do ano passado.
Eu sei de muitos juízes que estão envergonhados. Há muito tempo.
Já que ninguém falou eu vou falar. Reuniram se aqui no Rio Grande , nesta semana, representantes daquelas duas classes de profissionais que mais ganham dinheiro no Brasil: jogadores da seleção brasileira de futebol e procuradores do MPF do Brasil, sob a Batuta do Destruidor geral de empresas e empregos.