Compartilho este texto da minha amiga Denise Tatim, porque às vezes só assim mesmo, com muito sarcasmo, para enfrentar o golpe.

UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA

Denise Tatim*

Nos últimos anos vimos o surgimento de novos vírus, bem como a reemergência de outros que já haviam sido controlados. Entre estes, preocupa atualmente a disseminação no Brasil do vírus conhecido como coxinhol. Os cientistas ainda não sabem precisar se se trata de um vírus emergente ou reemergente, oriundo de vírus existente no país entre as décadas de 1960 a 1980, supostamente controlado, ou até mesmo de origem ainda mais remota, da era do Brasil colonial.

A fonte de contágio também não está suficientemente esclarecida. Há teorias de que chegou ao país por indivíduos infectados nos EUA, outras apontam agente de transmissão animal, como o tucano, e até mesmo um agente tecnológico referente à contínua exposição a determinadas transmissões televisivas, sendo que as teorias mais aceitas defendem que o contágio se dá pelo conjunto desses fatores e outros tantos ainda em análise.

O quadro infeccioso relacionado ao coxinhol afeta o indivíduo contaminado nas áreas motora, cognitiva e afetiva. Entre os principais sintomas identificados destacam-se: só conseguir se movimentar para o lado direito; total incapacidade de assimilar e compreender qualquer informação que não seja fakenews, da Globo, veja e assemelhados; fobia à cor vermelha; intolerância e ódio irracional pelas questões de gênero, diversidade, democracia, justiça social, entre outros; em indivíduos de classe média a ilusão de pertencer à elite dominante.

As pesquisas apontam que o coxinhol vem sofrendo mutações e dando origem a outras enfermidades ainda mais graves, sendo estas a bolsonite, fascistite e a autoritarite. Não existem dados epidemiológicos com relação ao número de pessoas infectadas no país, mas resultados iniciais de levantamentos indicam que a epidemia parece estar em declínio, uma vez que não tem sido avistados números expressivos de sujeitos usando a cor amarela e portadores de panelas amassadas, algumas das principais características dos portadores desses vírus. Quanto à cura, ainda não é conhecida, porém felizmente, verifica-se na população um número significativo de pessoas não-contaminadas.

Os cientistas têm se interessado em estudar essa população, aparentemente imune, não chegando ainda a conclusões definitivas, mas já possuem indicativos de que os principais fatores de prevenção ao contágio possam estar ligados a um elevado senso de justiça e de solidariedade e leitura de qualidade, muita leitura!

* Professora da Universidade de Passo Fundo

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