A agonia do PSDB sob o comando de Eduardo Leite

Eduardo Leite quase deixou o PSDB, no final de novembro de 2021, depois de perder as prévias para João Doria. Um ano depois, assumiu a presidência do PSDB.

Deve ter acontecido pela primeira vez na história. Um dissidente perdedor desiste da dissidência, é acolhido de novo no partido que desprezara e se torna seu líder.

Porque ninguém mais queria assumir a bronca de comandar um partido em crise provocada, em boa parte, pelo próprio Leite.

Agora, o ex-senador e ex-ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes Ferreira, figura histórica do PSDB, expõe as fragilidades de Leite.

Nunes disse ao Estadão sobre o presidente do partido:

“O que ele deveria fazer era começar a falar sobre questões que interessam aos brasileiros. Qual é a posição do PSDB a respeito do arcabouço fiscal, por exemplo? E em relação à crise dos yanomami? O que diz o PSDB sobre o acordo Mercosul-União Europeia, sobre a guerra da Ucrânia? Você não ouve uma palavra, nada”.

Ninguém conhece as posições de Eduardo Leite sobre qualquer questão relevante. Ele só tem opinião sobre banalidades, conversas de lero-lero e privatizações.

Leite não opina, de forma concreta, sobre ambientalismo, liberdades, diversidade, políticas de afirmação de negros e da população LBGTQIA+ e sobre suas ligações com a extrema direita que um dia ele apoiou declaradamente.

Leite é um vacilão. Nunes sugere que o seu presidente cuide melhor do partido antes de pensar em ser candidato à Presidência da República em 2026.

Por crueldade, compara Leite a Aécio:

“Aécio Neves, que é o mais talentoso dos deputados do PSDB, está ali escondido nos bastidores, quando deveria ocupar o centro do palco”.

O ex-ministro vê o PSDB em agonia ao completar 35 anos, por falta de comando e de perspectivas.

“O PSDB hoje não é confiável nem para a oposição. Não é nada”.

Enquanto isso, o tucano gaúcho vai sendo citado pelos jornais como provável candidato a sucessor de Bolsonaro na extrema direita, ao lado de Tarcísio de Freitas, Braga Netto, Michelle, Zema e Ratinho Júnior.

Essa é, por afinidade, a turma do social-democrata Eduardo Leite.

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