BOLSONARO SERIA APENAS UM ESTORVO PARA A DIREITA NO BRASIL

Apenas como exercício de adivinhação, como se estivesse acionando um robô interno que brinca de ser vidente, eu diria que Bolsonaro não volta ao Brasil.

Não agora. Pode voltar daqui a alguns meses e anos, dependendo das circunstâncias. Mas no curto prazo não tem o fazer aqui.

Direita e extrema direita estão sendo mantidas nas cordas por Lula. Todas as iniciativas do governo até agora, desde os decretos do desarmamento, acuaram o fascismo.

A caçada aos garimpeiros das terras dos yanomamis, a revelação dos gastos criminosos do cartão corporativo, a abertura de gavetas secretas, como a que escondia detalhes da absolvição de Eduardo Pazuello, e as denúncias quase diárias de desmandos que só agora aparecem – tudo isso mantém o bolsonarismo na defesa.

Nesse ambiente, Bolsonaro não teria o que fazer, se desembarcasse no Brasil nos próximos dias, com os manés presos ou desorientados e os manezões escondidos.

Com quem iria conversar, que missão iria assumir, que poder ele teria em meio ao bombardeio que vem sofrendo?

No Brasil, Bolsonaro seria um traste ou uma biruta desorientada, ou até um estorvo para o PL, porque a capacidade de articulação e liderança nunca foi o seu forte.

Por isso faz sentido a revelação de Joaquim de Carvalho, no Brasil 247, de que Bolsonaro pretende adiar a volta e pensa em pedir asilo nos Estados Unidos.

Mas que tipo de asilo, se ele não é perseguido político, mas um ex-presidente acusado de dezenas de crimes graves?

Ele dará um jeito ou simplesmente ficará por lá, com as concessões que permitem sua permanência.

Bolsonaro aposta que o tempo, e só o tempo, poderá favorecê-lo mais adiante. Se a conjuntura mundial for ruim para o Brasil, se a economia não deslanchar e se a direita voltar ao poder em 2024 nos Estados Unidos.

Ele vai preferir esperar, para não correr o risco de voltar e ser preso. Bolsonaro pode aceitar até que seja tornado inelegível, mas não pretende ser presidiário.

O que irá conseguir? A resposta não virá no curto prazo. Bolsonaro continua sendo um sapo em cozimento em banho-maria.

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TENTEM CHAMAR SEUS CHEFES
Uma sugestão aos jornalistas preocupados em atacar quem critica o escravismo na Serra.

Convoquem os líderes da região para que se manifestem sobre a situação da Aurora, Salton e Garibaldi.

A região teve e tem deputados e ex-governadores de direita identificados com as empresas e as lideranças agora envolvidas com trabalho escravo.

Esses políticos não deveriam estar calados. Jornalistas, chamem seus ex-chefes bolsonaristas para que falem.

Parem de atacar quem enfrenta os exploradores de escravidão. E não tentem confundir escravismo com agricultura familiar.

Respeitem os agricultores. Não usem o minifúndio para defender quem está enrascado num caso tenebroso.

Não passem o pano sujo do bolsonarismo para escravocratas.

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VOTOS LÁ E CÁ
O acusado de aliciar trabalhadores nordestinos para a colheita da uva em Bento Gonçalves, Pedro Augusto Oliveira de Santana, é da cidade de Valente, na Bahia.

Em Valente, Lula teve 68,07% dos votos, contra 31,93% de Bolsonaro no segundo turno.

Santana trouxe quase 200 trabalhadores baianos para Bento, onde Bolsonaro teve 75,80% dos votos e Lula teve 24,20%.

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