Sempre há um Mangabeira no caminho de Marina

O projeto de exploração de petróleo na foz do Amazonas está ganhando corpo como a maior barbeiragem do governo Lula, e no momento em que o Ministério do Meio Ambiente é desmontado pela direita no Congresso.

Lula anda pelo mundo, frequenta a reunião dos países mais ricos, é chamado para que assuma a liderança da questão ambiental, e a Petrobras larga uma bola nas costas numa hora dessas.

Lula tenta dizer lá fora que esse não é apenas o momento de reverter tudo o que Bolsonaro fez para destruir o meio ambiente. É a hora de o Brasil se afirmar como líder mundial pela defesa da Terra.

E a Petrobras apresenta, bem agora, quando gente da base aliada do governo tenta retirar atribuições e desmontar o Ministério do Meio Ambiente, um projeto de exploração de petróleo, sabendo que provocaria embates desgastantes dentro do governo e no Exterior.

Mesmo sabendo que o plano atinge a ministra que é o retrato do que deveria ser, e espera-se que seja, o governo Lula na área ambiental.

Poucos países têm hoje uma figura que represente a luta pelo ambiente com a reputação e a dimensão política de Marina. Talvez nem tenham.

E a Petrobras, para dizer que busca alternativas econômicas para o Norte, vem com o plano de exploração de petróleo numa região que não pode mais correr riscos ambientais.

A grande ameaça do projeto hoje é a destruição política do que Lula representa para os governos e os organismos internacionais.

Com que autoridade Lula pode requisitar apoio (inclusive financeiro) à proteção da Amazônia e mais consequência na questão ambiental, se a sua ministra do Meio Ambiente está sob ataque dos defensores de uma energia condenada?

Dizem e repetem que Marina estaria hoje entre as autoridades que Lula não poderia demitir de jeito nenhum.

Mas aqui não se trata de achar que Marina pode vir a ser demitida, mas que pode, sim, pedir para ir embora, se o Ministério ameaçado de esvaziamento pela MP da Reestruturação da Esplanada continuar sob ataque de gente de fora e de dentro do governo.

É improvável? Quem conhece Marina sabe que não é. Em 2008, em conflito com o ministro Mangabeira Unger, dos Assuntos Estratégicos, ela foi embora, sem aviso prévio a Lula, e levou toda a direção do Ibama.

Quem se lembra do motivo da desistência de Marina? A ministra havia perdido para Mangabeira a coordenação do PAS (Plano Amazônia Sustentável).

Mas quem se lembra do PAS? E quem ainda se lembra de Mangabeira Unger e do que ele fazia no governo?

Quem, daqui a alguns anos, se lembrará de Alexandre Silveira? E quem sabe hoje que Silveira é o ministro das Minas e Energia em conflito com Marina?

Parecia que estava tudo bem, e que Lula e Marina iriam finalmente curar os traumas que vinham desde 2008. Mas sempre há um Mangabeira no caminho de Marina.

2 thoughts on “Sempre há um Mangabeira no caminho de Marina

  1. Já está passando da hora, o lula
    Tem que reunir o ministério todo, e dar um murro na mesa e
    Dizer, basta de falar abobrinhas
    Para a imprensa, falem somente
    Depois de me comunicarem.
    Estamos fazendo o que eles
    Querem, uo seja , tiro nos pés
    O tempo todo. Pede apoio
    Internacional para a amazonia,
    E ministros querem a toque de
    Caixa explorarem, sem estudos
    Aprofundados.

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