IR EMBORA

Li a entrevista da Folha com Washington Olivetto. Ele fala dos motivos vários que o levaram para Londres, que considera melhor do que Nova York.
O primeiro é a preocupação com a formação dos dois filhos. E depois aparecem os motivos sempre citados relacionados, entre outras coisas, com segurança, liberdade de ir e vir (não tem carro, só anda de transporte coletivo), a tranquilidade para escrever o livro de memórias, os bons restaurantes.
Enfim, Olivetto decidiu morar onde acha que encontraria tudo de bom, paz e felicidade e o futuro para os filhos. A primeira reação pode ser a mais comum hoje, de inveja, de crítica ao cara que parece desistir do Brasil e até de considerar a entrevista uma coisa meio esnobe.
Mas é a primeira impressão. Eu compreendo muito bem a decisão de gente como Olivetto. Nem sei o que ele pensa politicamente, nem me interessa (Olivetto não parece ser cúmplice da turma que saqueou o Brasil e pretende ir embora para continuar saqueando lá de fora).
Muita gente de esquerda, se pudesse, iria embora. Eu só não vou por causa dos meus netos e porque perdi o momento certo de ir morar no Caverá, com quem o Brasil mantém laços de amizade.